Representantes da Bolívia e Mato Grosso visitaram o trajeto onde se prevê a construção da linha de transmissão que transportará a energia do país vizinho para o Brasil. Esta foi a primeira ação do grupo de trabalho formado por representantes dos dois países com objetivo de subsidiar um projeto que contemple os custos do investimento, valor previsto de venda e as vantagens, principalmente para região fronteiriça, em comprar o produto feito a partir do gás natural em San Matías.
O secretário-adjunto de Indústria, Comércio, Minas, Energia e Empreendedorismo, Celso Banazeski, estava junto com a equipe técnica e explica que a primeira parada foi na usina de San Matías, que segundo os bolivianos, será ampliada. Inicialmente, o plano é ofertar 100 megawatts por dia ao mercado brasileiro. A quantidade é suficiente para atender duas cidades de 300 mil habitantes.
Depois, se seguiu o caminho até Cáceres, por onde eles pretendem entrar com a estrutura. “A ideia deles é oferecer a energia por um preço mais barato no mercado livre, o que é interessante para muitos empresários. A oferta pode também estimular as empresas a se instalares na Zona de Processamento de Exportações (ZPE) prevista para ser construída em Cáceres”.
Segundo Banazeski, nas primeiras negociações, o governo boliviano se dispôs a assumir os custos de investimento, principalmente até a fronteira. “É uma oportunidade interessante para o mercado e até mesmo para as distribuidoras de energia”.
O próximo passo será apresentar o projeto concluso ao Ministério de Minas e Energias em Brasília, uma agenda que ainda precisa ser marcada.
Na primeira semana de abril, uma comitiva boliviana formada por integrantes do governo, da embaixada no Brasil e da Empresa de Energia da Bolívia (Ende) esteve no Palácio Paiaguás para apresentar a proposta da venda de energia. A reunião, que teve a participação de integrantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Casa Civil, Sindenergia e Energisa, teve como resultado a formação do grupo de trabalho.
O titular da Sedec, César Miranda, liderou os trabalhos e na ocasião, disse que o projeto pode ser interessante para Mato Grosso e ainda favorece a solução para o abastecimento do Gás Natural.
Atualmente, o Estado tentar negociar com o governo boliviano e com a empresa transportadora de gás a retomada do serviço.