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Governo autoriza importação de cimento para abastecer Mato Grosso

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Preocupado com a escassez de cimento em Mato Grosso, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Fazenda (Sefaz), autorizou a importação do produto no Porto Seco de Cuiabá. O secretário de Fazenda, Eder de Moraes Dias, observa que a medida é uma forma de tentar viabilizar o abastecimento de cimento no mercado interno.

Isso porque Mato Grosso concede diferimento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) nas operações de importação de cimento processadas nos recintos do Porto Seco. Na operação subseqüente de circulação interna, a carga tributária efetiva nas operações corresponde à alíquota de 10%. Já nas saídas subseqüentes referentes ao comércio interestadual, a de 2%. “Além de regular o mercado, esperamos que, com a medida, os preços do cimento diminuam”, enfatiza Eder de Moraes.

O presidente da Associação dos Comerciantes de Material de Construção do Estado (Acomac), Wenceslau Souza Junior, considera a medida do Governo uma alternativa viável para minimizar o problema.

A falta do produto deve-se ao aquecimento mais intenso na indústria da construção civil, a partir do mês de maio. “Historicamente, após o final das chuvas, há um aquecimento da construção civil no Estado. Contudo, em 2008 esse aquecimento tem sido maior em virtude do maior poder aquisitivo das classes C, D e E”, justifica o presidente da Acomac.

Ele salienta que a situação agravou-se com problemas no forno da principal indústria de cimento do Estado, localizada no município de Nobres. A unidade produz 80% do cimento consumido em Mato Grosso. “O forno ficou quebrado por cerca de três semanas, o que provocou caos no mercado”, ressaltou Souza Junior.

Diante disso, Mato Grosso recorreu aos Estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e do Paraná e ao Distrito Federal para prover o mercado. Entretanto, a importação no mercado interno não foi suficiente para abastecer o Estado, uma vez que os estoques das lojas estão muito baixos. “A informação que temos é que a indústria de Nobres voltou a funcionar, mas ainda não conseguiu produzir o suficiente para abastecer o mercado”, informou o presidente da Acomac.

Por conta desse descompasso no mercado interno, os preços do cimento subiram, em média, 35% nos últimos meses.

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