Depois de três meses consecutivos com saldo negativo na geração de empregos formais, Mato Grosso retoma as contratações e admite mais do que demite. É o que mostra o balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgados ontem e referente a janeiro. Contrariando a onda de crise que vários setores estão enfrentando desde setembro, quando o Estado também começou a registrar retração na geração de postos de trabalho celetistas, no primeiro mês do ano o saldo foi positivo.
No país, ao contrário o número foi novamente negativo, com a retirada de 101,748 mil empregos do mercado, diferença entre as 1,216 milhões de contratações e 1,318 milhões de demissões do período. Conforme os dados do Caged, no mês passado foram registradas no Estado, 27,651 mil contratações ante 24,327 mil demissões, o que gerou um saldo de 3,324 mil vagas formais. Os números chegaram aos mesmos patamares de setembro (início da crise financeira internacional) quando o saldo de empregos foi de 3,396 mil. Naquele mês, as contratações somaram 30,613 mil e as demissões totalizaram 27,217 mil.
Mesmo com os dados positivos no primeiro mês do ano, e considerando a forte pressão da crise econômica sobre as empresas estaduais, Mato Grosso registrou uma retração de 50,2% no saldo se comparado a janeiro de 2008, quando contabilizou 6,684 mil vagas. No primeiro mês do ano passado, 26,572 mil pessoas foram contratadas em diversos segmentos e outras 19,88 mil foram desligadas.
Os dados de janeiro de 2009 mostram ainda que o segmento que sustentou o resultado positivo foi a agropecuária, cujo saldo foi de 3,262 mil empregos, o que corresponde a 98,1% do total (3,324 mil). O setor contabilizou 7,690 mil contratações e 4,428 mil desligamentos. No ano passado, o saldo foi um pouco maior, chegando a 3,949 mil, diferença entre as 7,914 mil contratações e as 3,965 mil demissões.
Para o economista, José Manuel Marta, os dados de janeiro mostram uma recuperação das contratações, fazendo frente à injeção de recursos que os bancos e outros agentes financeiros estão depositando na economia desde que a crise estourou, a fim de que o processo econômico não se retraia. Ele acredita que a agricultura e a pecuária tenham segurado o saldo positivo justamente porque a soja e o algodão estão em plena safra e no caso do bovino, os preços da arroba estão se recuperando e as chuvas estão cessando, o que favorece a criação de animais.
Já na opinião do consultor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Luciano Gonçalves, os números poderiam ser ainda maiores, só não foram porque o produtor rural encontrou e está enfrentando muita dificuldade com relação à concessão de crédito por parte dos agentes financeiros, especialmente as tradings e os bancos internacionais. “Estes números são graças ao início do período de monta da pecuária, que demanda contratação de mão-de-obra. Só não será maior porque a etapa de vacinação contra febre aftosa, realizada em fevereiro, foi extinta este ano. A safra de soja e algodão também têm sua parcela de contribuição nos números de janeiro, por causa do plantio”.