A crise financeira mundial vai frear a economia brasileira e provocar a redução de até 700 mil postos de trabalho em 2009. A previsão é do diretor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Clemente Ganz.
“A expectativa de crescimento para 2009 é de 4% a 4,5% no novo cenário, o que vai gerar diminuição do crescimento dos postos de trabalho, com a geração entre 1,3 milhão e 1,5 milhão de empregos”, afirmou Ganz.
Este ano, segundo Ganz, o Brasil deve criar 2 milhões de empregos.
Mesmo com a previsão de menos empregos, o economista disse que o cenário brasileiro ainda é positivo. “Mas para isso são necessárias muitas medidas. Algumas já estão sendo tomadas e outras devem ser efetivadas para garantir ao mercado interno capacidade de consumo, criação de empregos e salários, crédito e liquidez”.
O diretor do Dieese prevê negociações salariais mais difíceis no próximo ano. “A situação fica mais insegura e o ambiente das negociações não é o mesmo que tivemos nos últimos quatro anos, quando o crescimento era o cenário presente”.
Ele acredita, no entanto, que mesmo com a crise é possível haver avanços trabalhistas na base salarial ou na concessão de benefícios indiretos.
As declarações do Osmar Terra foram dadas no lançamento da Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República.