Mato Grosso possui o segundo maior preço da gasolina do país, com valor médio de R$ 2,92, conforme relatório semanal da Agência Nacional de Petróleo (ANP). A cifra praticada no Estado fica atrás apenas do Acre, com R$ 3,01, em média. Apesar do alto preço, o consumo do combustível é crescente desde o início do ano, em consequência da alta no etanol (álcool), hoje custando R$ 2,01/litro.
O consumo no primeiro mês do ano de gasolina foi 14% superior ao registrado no mesmo período de 2010, subindo de 29,560 milhões de litros para 33,759 milhões de litros. Em contrapartida, o etanol registrou redução de 17% na demanda, caindo de 32,8 milhões (l) em janeiro do ano passado para 26,995 milhões (l) este ano.
O proprietário de posto, João Paulo Emboava, defende que o preço da gasolina está elevado porque o etanol ficou mais caro e reflete diretamente no derivado do petróleo, visto que 25% do combustível fóssil é composto de álcool anidro. “O etanol sobe na entressafra e eleva o preço da gasolina junto”.
Mesmo com preço elevado, Emboava confirma que o consumo vem tomando o espaço do etanol. “Atualmente 40% das vendas no meu posto são de gasolina, antes da alta no álcool este índice não atingia 30%”. Daniel Locatelli, do posto Locatelli, explica que além do álcool, os principais motivos para o alto valor cobrado no Estado são a carga tributária e o frete. “A cada litro de gasolina o consumidor paga R$ 0,80 somente de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Fora isso, devido à distância de Mato Grosso das refinarias, o valor do frete também influencia”.
O óleo diesel comercializado no Estado é o mais caro da região Centro-Oeste. O levantamento da ANP registra um preço médio de R$ 2,25, quase 15% maior o que preço mais baixo encontrado na região de R$ 1,97, em Goiás. No Distrito Federal o litro do etanol é vendido por uma média de R$ 2,09 e no Mato Grosso do Sul o valor é de R$ 2,15.
João Paulo Emboava explica que atualmente o valor dos dois principais combustíveis utilizados na cidade (etanol e gasolina) está matematicamente equivalente, mas que como o derivado do petróleo tem um melhor rendimento, os consumidores estão reduzindo o consumo de etanol.