A remuneração média dos trabalhadores formais da construção civil -com carteira assinada- de Mato Grosso cresceu timidamente entre os anos de 2008 e 2009. A constatação é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Uma pesquisa da entidade revelou que os rendimentos avançaram de R$ 1.186,80 a outros R$ 1.201,48, respectivamente, evolução de 1,2%. Apesar do crescimento, os ganhos obtidos pelos trabalhadores deste segmento – que tem registrado índices positivos de empregabilidade – ainda permanecem abaixo da média nacional. No país, construção paga, em média,R$ 1.395,00.
No Brasil, segundo o Dieese, os salários aumentaram 2,5% entre os períodos avaliados. O diagnóstico, intitulado “Estudo Setorial da Construção Civil”, mostrou que o trabalhador recebia R$ 1.361,29 em 2008. Um ano depois, média de R$ 1.395,15. A análise foi formulada com base nos dados da última medição da Relação Anual de Informações (Rais) do Ministério do Trabalho.
Em nove Estados a remuneração mostrou-se negativa. Isto é, houve queda. Amazonas (-11,7%), Paraíba (-10,6%), onde a remuneração média já é a mais baixa do Brasil, e o Maranhão (-10,5%) apresentaram as maiores taxas de diminuição dos ganhos. À este cenário de baixa também estão inclusos as unidades federadas do Rio de Janeiro (-1,4%), Distrito Federal (-2,2%), Espírito Santo (-1,7%), Pará (-2,9%), Piauí (-2,6%) e Mato Grosso do Sul (-2,0%).
De acordo com o Dieese, as menores remunerações médias são da Paraíba (R$ 776,12), do Piauí (R$ 839,30) e de Roraima (R$ 873,68), enquanto Rio de Janeiro (R$ 1.758,13), São Paulo (R$ 1.642,22), Rondônia (R$ 1.551,96) e Brasília (R$ 1.530,34) possuem as maiores. Em alguns Estados, a remuneração média dos empregados no setor formal teve crescimento real significativo, como é o caso de Rondônia (39,8%), Alagoas (18,1%) e Roraima (14,2%).
Nos Estados onde ocorreram crescimentos no número de vagas na construção civil e nos rendimentos, a justificativa pode estar ligada às diferentes obras, como as implantadas por meio do PAC. “Dessa forma, pode ter havido uma pressão maior por mão de obra nestas localidades, o que acabou por elevar as remunerações. Também contribui para esse crescimento real o aumento do salário mínimo, que acaba tendo impacto positivo sobre os pisos salariais praticados em vários estados, tanto que, em diversas negociações salariais, têm sido garantidos reajustes reais significativos nos pisos salariais e nas remunerações dos trabalhadores, seja pelo aquecimento do setor e alta demanda por mão de obra ou pelo ganho real do salário mínimo”, apontou o Dieese.
O número de empregos gerados entre os anos neste segmento também foi mensurado. Os Estados com maior número de vagas formais no setor foram São Paulo (566.575), Minas Gerais (274.804) e Rio de Janeiro (206.625), que juntos corresponderam a quase 50% do total, no final de 2009. Na contramão estão Amapá (3.705), Roraima (5.840) e Acre (8.974). Em vários estados, o crescimento no número de trabalhadores formais é muito significativo de um ano para outro, com destaque para Rondônia, que variou 172% de 2008 para 2009, Roraima, Acre, Alagoas e Piauí, cada localidade com aumento aproximado de 35%.
Em Mato Grosso, da mesma forma como se verificou evolução nos rendimentos, mais empregos foram gerados em 2009 pela construção. No entanto, também de maneira tímida. Isto é, de 27.898 para 27.906, o que na escala absoluta representa a inserção de apenas oito trabalhadores a mais no último ano.
2007-2008
A remuneração média entre os anos de 2007-2008 cresceu 5,5% em Mato Grosso, avançando de R$ 1.059,2 a outros R$ 1.117,9, respectivamente. No entanto, o resultado da unidade federada também tinha permanecido abaixo da média nacional à época. No país, segundo o Dieese, os salários aumentaram 7,8% na igual época.