Diferentemente do restante do país, em Mato Grosso o número de empresas que se fundiram ou foram adquiridas por outras reduziu drasticamente este ano. A quantidade dessas operações verificadas no Estado foi a menor dos últimos 9 anos. No cenário nacional, o 1o semestre de 2015 acumulou quantidade recorde de fusões e aquisições empresariais. Foi o 3o melhor resultado para o período, desde quando a consultoria KPMG iniciou esse monitoramento, em 1994. Só ficou abaixo da quantidade verificada no mesmo período do ano passado, com 406 transações, e de 2012, com 433 operações.
Em Mato Grosso, apenas uma empresa foi identificada pela KPMG, nos 6 primeiros meses deste ano, envolvida nesse tipo de operação. A empresa local, do ramo de fertilizantes, foi adquirida poempresa de capital majoritário estrangeiro. No ano passado, durante o 1o semestre, foram contabilizadas 15 operações de fusão e aquisição no Estado. As operações (cross border) envolveram a aquisição de empresas brasileiras e estrangeiras, estabelecidas no Estado, por empresas de capital majoritário estrangeiro. Também ocorreram transações entre empresas de capital brasileiro. No último ano, a maioria dessas negociações envolveram companhias de energia (5), de alimentação (4) e serviços públicos (2).
Sócio da Mattiuzo, Mello Oliveira e Montenegro Advogados Associados, o advogado Carlos Roberto de Cunto Montenegro relata que o escritório, especializado em direito empresarial, atendeu duas operações de fusão/aquisição este ano e uma em 2014. “São números ainda modestos por desconhecimento do empresariado quanto à sua real utilidade”. Para ele, unir esforços e reduzir custos em tempos de crise pode ser um grande negócio. Mas, para isso, é preciso deixar o “paternalismo” de lado e saber aproveitar as oportunidades.
Para o sócio da KPMG e responsável pelo levantamento, Luis Motta, apesar de o Brasil vivenciar um momento econômico menos favorável, as empresas continuam buscando cumprir as estratégias de negócios por meio de fusões e aquisições, seja para expansão ou para fortalecimento de suas atividades.
Ele destaca no levantamento o crescimento no número de operações envolvendo apenas empresas brasileiras. Ao todo foram 82 negociações no 1o semestre deste ano. “Após a queda no 1o trimestre, as transações domésticas se recuperaram entre abril e junho, apontando uma recuperação das empresas brasileiras”, observa Motta. “Além disso, é importante destacar que as operações de brasileiro adquirindo, de estrangeiros, capital de empresa estabelecida no exterior também foram destaque do levantamento”, conclui.