As indústrias frigoríficas de Mato Grosso ameaçam suspender as atividades a partir de amanhã caso os servidores do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) não voltem a emitir a Guia de Trânsito Animal (GTA). O alerta foi feito nesta quarta-feira pelo presidente o Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo-MT). Conforme Luiz Antônio Freitas, sem o documento os produtores não têm como embarcar os animais aos frigoríficos e, consequentemente, não há abate de animais.
Ele explica que com a greve, que começou no final da tarde de sexta-feira (28), a situação da escala de abate nas plantas, que já está reduzida por causa da pouca oferta de animais disponíveis para abate, piorou. Esta semana a atividade já recuou 50% e os frigoríficos poderão parar completamente amanhã. “As guias têm um prazo de validade curto, de até quatro dias. Assim nesta sexta-feira poderão não chegar mais bois aos frigoríficos”.
Conforme o presidente, com a paralisação nas atividades o Estado não correria risco de desabastecimento, porém as vendas para outros Estados ficariam mais gravemente comprometidas mais que as internacionais. Freitas afirma que ao longo do ano as exportações foram reduzidas, principalmente para a Rússia e União Européia (UE), e diante deste contexto estes mercados acabam não sendo tão significativos quanto as exportações para São Paulo, por exemplo, que é para onde vai 60% do volume abatido.
A estimativa do sindicato é que somente esta semana os prejuízos podem chegar a R$ 19 milhões por dia. O cálculo é feito a partir do faturamento de R$ 1,1 mil para cada animal abatido e levando em consideração que os frigoríficos estão trabalhando com 50% da capacidade, o que significa 10 mil cabeças abatidas por dia. No Estado são 32 plantas com inspeção federal (com autorização para exportar) e cerca de 37 com inspeção estadual.
Questionado sobre o impacto da greve do Indea na atividade frigorífica, o presidente do Indea afirmou que o governo do Estado conseguiu uma liminar favorável à suspensão do movimento grevista e que os servidores têm de voltar ao trabalho imediatamente. Segundo Décio Coutinho, o governo considera a paralisação ilegal.
Já a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário e Pecuário do Estado de Mato Grosso (Sintap/MT), Dianyeire Dias, afirma que com ou sem liminar os trabalhadores permanecerão em greve. Ela afirma que os 30% que estão trabalhando estão lotados nas barreiras para garantir a defesa sanitária. “Temos um prazo de cinco dias, após receber a notificação, para apresentar recurso contra a liminar”.
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