O valor de financiamentos imobiliários contratados com recursos da caderneta de poupança em Mato Grosso recuou 8,72% no 1º quadrimestre. De janeiro a abril, os empréstimos por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) somaram R$ 194,638 milhões, quantia inferior aos R$ 213,239 milhões do mesmo período de 2016.
Apesar da retração no acumulado do ano, o valor financiado nos meses de janeiro, março e abril superou o de igual mês de 2016. Abril fechou com avanço de 37%, com a contratação de R$ 52,942 milhões e 176 imóveis, sendo que no ano passado foram R$ 38,643 milhões e 176 unidades.
O recuo significativo do acumulado foi puxado por fevereiro, que teve redução de 61% sobre o mesmo período do ano passado, com a contratação de R$ 35,774 milhões e 146 imóveis. O volume ficou abaixo de fevereiro de 2016, que fechou com 267 unidades e R$ 92,640 milhões.
O encolhimento no volume total comercializado por meio do SBPE foi motivado pela estagnação econômica, segundo a economista Edijeide Fernandes. Ela aponta que os sinais de recuperação registrados no começo do ano não se mantiveram. “Vimos no começo deste ano uma leve recuperação. Alguns empreendimentos que estavam paralisados começaram a sair e até foram entregues. Mas, o setor ainda patina, assim como a economia brasileira”, destaca.
Cuiabá e a região metropolitana sentiram os efeitos da crise primeiro, segundo ela, que provocou efeitos negativos no setor da construção civil desde 2013. Já a região médio norte do Estado demorou um pouco mais para sentir a crise e começou a retrair em 2016. “A incerteza econômica faz com que aqueles que têm capacidade de investir segurem os recursos. O baixo giro financeiro reduziu a renda e o mercado não se expande. Quase metade das famílias está endividada e a redução na taxa Selic não foi suficiente para o avanço da construção”.
Segundo Edijeide Fernandes, a baixa na inflação está diretamente ligada à queda na atividade econômica brasileira.