Economistas da Fundação Getúlio Vargas preveem que a redução da mistura do etanol anidro na gasolina vai aumentar o preço do combustível fóssil nos postos, apesar de considerarem que a iniciativa cumpre o objetivo de resolver o problema de fornecimento de álcool ao consumidor.
Na segunda-feira, o governo autorizou a redução de 25% para 20% do volume total de etanol anidro misturado à gasolina, por 90 dias a partir de 1º de fevereiro, com objetivo de aumentar a oferta de etanol no mercado e conter os preços em disparada do biocombustível.
Na avaliação do economista André Braz, o preço da gasolina ao consumidor deverá subir aproximadamente 2% em fevereiro.
"Dado que a gasolina pesa 3 por cento no IPC/FGV, este aumento momentâneo deverá impactar 0,06 ponto percentual no IPC do mês. Após o dia primeiro de maio, este impacto começará a ser dissipado e seu efeito tende a ser nulo na inflação de 2010", afirmou em nota à imprensa.
Ele avaliou também que a redução do percentual da mistura vai impedir aumentos maiores no álcool combustível, cuja demanda vem crescendo ano a ano.
Segundo o pesquisador da FGV Maurício Canêdo, o aumento é só questão de tempo. "O suficiente para a renovação dos estoques no varejo", avaliou.
Especula-se que o governo pode reduzir a alíquota da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre a gasolina para controlar o preço, mas o governo ainda não se pronunciou.