No próximo ano, o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) irá aplicar cerca de R$ 18 bilhões em habitação popular, inclusive no campo do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida.
A informação é do conselheiro e economista-chefe do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), Celso Petrucci, para quem é preciso priorizar a aplicação desses recursos em desenvolvimento urbano e manter a saúde do Fundo, que sofreu forte impacto na década de 1990.
"As determinações adotadas ressaltam a importância do FGTS no desenvolvimento urbano sustentado e acendem o sinal de alerta para as centenas de iniciativa que tramitam no Congresso Nacional e que pretendem, em última instância, liberalizar suas aplicações com recursos do Fundo", diz Petrucci.
Números
Segundo o Secovi-SP, em 2010, o FGTS deve arrecadar das empresas contribuintes quase R$ 73 bilhões, sendo que R$ 27,5 bilhões já foram aprovados para o orçamento do próximo ano pelo Conselho Curador do Fundo.
Os saques devem ficar acima dos R$ 63 bilhões, com prevalência das rescisões contratuais (R$ 41 bilhões) e a utilização de saldos de contas para aquisição de moradia (R$ 9,5 bilhões).
Quanto ao retorno, a estimativa é de que os empréstimos fiquem em R$ 17,3 bilhões, aí incluídos os destinados à habitação, infraestrutura, ao saneamento básico e ao FAR (Fundo de Arrendamento Residencial).
Por fim, as receitas financeiras originadas pela aplicação das disponibilidades do Fundo deverão atingir pouco mais de R$ 6 bilhões, por conta da queda da Selic, e o Fundo de Liquidez do FGTS deve terminar o próximo ano em R$ 15,6 bilhões.