O Índice do Custo de Vida, formado basicamente pelos preços dos alimentos essenciais, teve aumento de 3,29% em dezembro, em Rondonópolis, ante aos 5,22% de novembro. O índice local é medido pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas e Sociais da União de Escolas Superiores de Rondonópolis (NUPES-FAIR/UNIR). O preço do feijão tipo carioca registrou aumento de 30,0% em dezembro e foi o produto alimentício que mais aumentou no mês.
Já a inflação do grupo alimentos que compõe o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-IBGE), que mede a inflação oficial no Brasil, aumentou 2,06% no mês de dezembro, diferença significativa em comparação com a variação de 0,73% no mês anterior (novembro). Esse aumento sobre os preços do grupo alimentação do IPCA-IBGE deve-se principalmente ao aumento dos preços que ocorreu com o feijão (tipo carioca), arroz e carnes. Por outro lado, o preço do leite pasteurizado (tipo C) permaneceu registrando queda entre os produtos alimentares que compõem o índice de preços na cidade de Rondonópolis.
O índice de preços estimado para Rondonópolis visa captar, principalmente, as oscilações nos preços dos alimentos em domicílio, ou seja, aqueles adquiridos nos supermercados para utilidade doméstica. Da mesma forma que as variações nos preços no Brasil, o aumento de preços em Rondonópolis (ICV-ROO), registrado por essa pesquisa, reflete a tendência nacional.
Ao contrário do feijão, o preço do leite foi o item que contribuiu para segurar a inflação dos alimentos, registrando uma variação em dezembro muito próxima a zero (-0,006). Após a disparada do preço do feijão em novembro, quando registrou variação de 60% e contribuiu em grande parte para a inflação ficar acima dos 5% do referido mês, verifica-se que em dezembro os preços registraram inflação abaixo dos índices de novembro, exceto os preços do arroz e feijão. Essas variações demonstram que os preços desaceleraram. No entanto, apesar de não registrar crescimento na inflação em dezembro, os preços ainda encontram-se em níveis elevados.
Conforme o NUPES-FAIR/UNIR, entre as causas para o aumento dos preços no final do ano, têm-se: as condições climáticas e os preços elevados dos produtos cotados no mercado internacional. Quanto aos outros produtos analisados, frutas e legumes formam duas cestas de produtos importantes e que apresentaram aumento em dezembro (inflação de 0,28%), contribuindo, assim, para não impulsionar o aumento do custo de vida medido pela variação de preços dos produtos que constituem a cesta básica ampla. Por outro lado, também registraram aumento no mês de dezembro os preços das carnes (0,55%).
Para o coordenador do NUPES, o economista Gilberto Fraga, os preços alimentares devem fechar o mês de janeiro com inflação ainda acima de 1%, mesmo com a menor variação no preço do feijão.