Com o título de maior produtor e consumidor de calcário do país, Mato Grosso recebe aos poucos investimentos públicos para a agricultura, avaliou o vice-governador Carlos Fávaro. Ele esteve presente na abertura do Encontro Nacional dos Produtores de Calcário (Enacal) e do 2º Congresso Nacional de Correção e Fertilidade do Solo, ontem à noite, em Cuiabá.
Infraestrutura e logística, um novo código tributário estadual, e ainda atenção à questão energética do Estado fazem parte das ações governamentais para alavancar a agricultura. “Temos 193 frentes de trabalho, construindo e reconstruindo, e fazendo manutenção das nossas rodovias. Isso vai possibilitar que a agricultura ganhe competitividade em regiões que ainda não conseguem se sobressair por falta de infraestrutura descente”.
O Estado tem 96 milhões de hectares em seu território, destes, 52% são áreas de preservação, sendo 27% de pastagem e 8.8 milhões de hectares estão ocupados com agricultura, em torno de 9,8%, de acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária. Segundo Fávaro, com a integração lavoura-pecuária, é possível dobrar esta área sem derrubar uma árvore sequer, ampliando assim a demanda por calcário e aumentando a produção no Estado. “A indústria do calcário tem uma grande oportunidade diante da expectativa de crescimento na produção agrícola em MT”.
O mais importante insumo da agricultura utilizado parra correção do solo, o calcário bateu no último ano o recorde de 6.770 mil toneladas de produção, quantia esta que foi quase totalmente utilizada no Estado, conta o presidente do Sindicato das Indústrias de Extração do Calcário do Estado de Mato Grosso (Sinecal-MT), Francisco Conrado Ferreira Penço. Apenas 200 mil toneladas, o equivalente a 2% do calcário foi vendido para Rondônia.
Já os dados nacionais sobre a produção de uso do calcário apontam que nunca se vendeu tanto calcário, conforme o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal), Oscar Alberto Raabe. Cerca de 35 milhões de toneladas foram produzidos no ano passado no país. Ainda conforme o presidente da associação, para cada tonelada de adubo, é preciso três de calcário para regular a acidez do solo. Isso justifica a grande demanda existente no Estado que tem a agricultura como carro chefe das atividades econômicas.