O faturamento dos setores atacadista e de distribuição recuou 12,5% em Mato Grosso em maio, em termos nominais, ante igual período de 2017. O dado é da Associação Mato-grossense dos Atacadistas e Distribuidores (Amad). No país, no mesmo intervalo, a queda foi de 9,29%, conforme pesquisa mensal da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), apurada pela Fundação Instituto de Administração (FIA). O pior desempenho do Estado é motivado pela distância do Estado em relação aos grandes centros e pela logística deficiente.
Para o presidente da Abad, Emerson Destro, a greve dos caminhoneiros prejudicou o desempenho do setor em maio assim como outros da economia. “Mas ninguém foi mais prejudicado do que a população, que é quem sempre paga a conta da instabilidade política e econômica”. Na avaliação de Destro, com o desemprego em alta é difícil pensar no crescimento do consumo ainda em 2018. “Começamos o ano com boas expectativas em relação à retomada econômica, mas o nível de desemprego continua alto e não há tempo para reverter a situação com um cenário de eleições que vai tomar todo o 2º semestre. Portanto, 2019 será mais um ano de resiliência. Esperamos que o novo presidente assuma com apoio suficiente do Congresso para implementar a agenda positiva de que o país tanto necessita”.
Segundo o presidente da Amad, João Carlos Sborchia, o setor também sentiu o efeito da greve no Estado. “Abastecemos hoje em torno de 62% do mercado varejista estadual, ou seja, a cada 10 produtos adquiridos nos supermercados, 6 são providos pelo segmento. Portanto, a paralisação acabou gerando um impacto nos negócios”. Quanto à expectativa de expansão do segmento no território mato-grossense, Sborchia explica que o setor cresce gradativamente e de forma consolidada. “Somamos mais de 100 empresas associadas e buscamos a união entre todos, sempre participando de políticas públicas junto aos municípios onde estamos inseridos, com ações sociais, geração de empregos, renda e recolhimento correto dos impostos devidos”, afirmou o presidente da Amad.
Atualmente, os atacadistas e distribuidores de Mato Grosso geram mais de 40 mil empregos e possuem uma frota de 10 mil veículos que consome combustível, paga IPVA, ICMS e movimenta a economia local. Um dos grandes desafios dos empresários do setor é qualificar os colaboradores e fazer a sucessão dos negócios, para que as empresas continuem gerando emprego e renda. “Pessoas mais preparadas terão menos dificuldades para desenvolver as funções nas nossas empresas, além dos nossos filhos que também devem estar preparados para suceder os pais nas empresas nos mais diversos assuntos”, acrescenta o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor de Mato Grosso (Sincad/MT), Sebastião dos Reis Gonçalves, o Tião da Zaeli.