Pesquisa da Cadmesp (Consultoria em Defesa do Mutuário) revela que 30% dos alunos que adquirem crédito estudantil com as principais financiadoras não conseguem pagar a dívida depois de terminada a faculdade.
As taxas de juros cobradas, nem sempre condizentes com as permitidas por lei, são apontadas como o principal vilão dos recém-formados. O não-pagamento da dívida pode resultar na penhora de imóveis, por exemplo.
Proibições
“A correção monetária não pode atingir 1% ao mês nem 6% ao ano. São dados que nem todos os estudantes se atentam ao assinar o contrato e acabam se endividando ainda mais”, disse o presidente da Cadmesp, Marcelo Donizetti.
Outras práticas proibidas são a adoção da tabela Price – amortização do empréstimo construído por juro composto – e a penhora do salário, o que ainda acontece, de acordo com Donizetti.
Crédito universitário
A busca pelo crédito tem se transformado em uma ferramenta de acesso ao Ensino Superior. O governo, por exemplo, oferece dois tipos de linhas de empréstimos aos estudantes. Uma delas é o Fies. Para concorrer, o estudante deve estar regularmente matriculado em curso superior privado, em instituição cadastrada no programa e com avaliação positiva do MEC (Ministério da Educação).
Outro é o Prouni. Neste caso, só pode participar quem realizou o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e obteve nota média igual ou maior a 45. O estudante deve ter cursado ensino fundamental em escola pública ou particular na condição de bolsista integral.
Em ambos os casos, os candidatos passam por avaliação socioeconômica, para comprovarem não ter condições de pagar o curso em que pretendem ingressar.
Uma maneira alternativa de financiar os estudos é o seguro educacional. Ele é contratado somente quando a faculdade tem convênio com a seguradora e, normalmente, por pais que querem garantir o futuro profissional dos filhos. O objetivo é cobrir todas as despesas com educação, caso os pais ou as pessoas que o contrataram faltem, seja por morte, seja por invalidez. Dentre as despesas inclusas, estão desde livros até o pagamento das mensalidades.
Para evitar que os alunos fiquem inadimplentes, as universidades ainda oferecem bolsas integrais ou parciais. Após escolher uma instituição de ensino de qualidade para estudar, informe-se sobre as possibilidades que o próprio local oferece. Parentes estudando na mesma instituição, por exemplo, podem render alguns descontos.