Mato Grosso encerrou 2008 com resultados positivos na balança comercial, de acordo com dados divulgados esta tarde, pela Federação das Indústrias do Estado (Fiemt). O superávit foi de US$ 6,53 bilhões, 49% maior que em 2007, contrapondo com a queda de 38% do saldo comercial do Brasil no mesmo período. As exportações estaduais somaram US$ 7,81 bilhões, valor 52% superior ao de 2007, quando Mato Grosso fechou o ano no montante de US$ 5,13 bilhões. As vendas externas no mês de dezembro de 2008, no valor de US$ 502,53 milhões, são 29% maiores do que os US$ 387,57 milhões. O Estado continua ocupando a 10ª posição no ranking nacional dos maiores exportadores e mantém sua participação nas vendas externas do país em 4%, sendo responsável por 55% das exportações da região Centro-Oeste. “Foi um ano espetacular não só para a indústria como para a economia estadual como um todo”, avaliou o presidente do Sistema Fiemt, Mauro Mendes.
Este ano, o Estado poderá chegar à sexta colocação no ranking dos exportadores brasileiros. “Isso porque os minérios são predominantes nas pautas de exportações dos Estados da Bahia, Espírito Santo e Pará e tiveram brusca queda de comercialização por conta de crise mundial”. Mendes complementa que a dificuldade de alguns Estados poderá impactar positivamente nas exportações de Mato Grosso. “Trata-se de transformar o cenário atual em oportunidade, já que o mundo não deixará de consumir alimentos e Mato Grosso é um dos principais fornecedores de commodities agrícolas”.
O secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf, citou o crescimento industrial como impulsionador da economia estadual. “Em 2009, unidades de beneficiamento de soja e outras plantas fabris entram em operação. Tal fato possibilitará que nossas exportações mantenham-se em ritmo evolutivo”. Nadaf mencionou as plantas da Sadia, no município de Lucas do Rio Verde, da Perdigão, em Nova Marilândia, e outras indústrias em Campo Verde e Primavera do Leste, como exemplo de indústrias que iniciam processo de produção em 2009.
As exportações de soja-grão e derivados totalizaram US$ 5,49 bilhões, registrando aumento de 88,6% em relação a 2007. Respondem por 70% do valor das exportações estaduais. O valor exportado de soja-grão, de US$ 3,75 bilhões, contra US$ 1,89 bilhão em 2007, foi praticamente o dobro, embora com aumento de apenas 27% na quantidade física exportada, em função da forte elevação de 56% no preço externo do produto.
O farelo e o óleo de soja registraram aumentos de 69% e 74% no faturamento, respectivamente, mesmo com aumentos de apenas 14% e 13,5% no quantum exportado, também devido aos aumentos de 48% e 53% nas cotações internacionais. Mato Grosso contribuiu com 35% do volume físico exportado de soja-grão do país, 28% do farelo de soja, 19% de óleo de soja e com 41% de glicerina.
A carne bovina lidera em valor e em volume exportado, atingindo US$ 698,01 milhões de faturamento e ‘quantum físico’ de 185,19 mil toneladas, com incremento de 11,3% em valor, mesmo com a queda de 18,9% em volume exportado, dado o aumento de 37% na cotação internacional do produto. Mato Grosso contribuiu com 13,4% do volume exportado pelo país. As vendas externas de carnes de aves registraram aumentos ainda mais expressivos, de 70% no faturamento e 21% no volume físico, por conta do aumento de preço de 40%, em relação a 2007.
O setor continuou tendo dificuldades, em 2008, com queda no faturamento e com reduções bem mais expressivas nos volumes embarcados, mesmo com os aumentos dos preços internacionais. A madeira bruta foi exceção, pois o produto tem contribuição residual no valor total exportado por Mato Grosso e representou 93% do volume total exportado pelo país. Nos volumes embarcados de madeira serrada e madeira perfilada/compensada, ao contrário, Mato Grosso contribuiu para as vendas externas do país com apenas 9,7% e 4,3% respectivamente.
A União Européia e a Ásia continuam sendo os principais destinos das exportações mato-grossenses e respondem por 42% e 35% do total apresentado pelo Estado, respectivamente. A China, com 19,7% individualmente, continua liderando o ranking, seguida da Holanda e da Espanha, com 15% e 9%. Nas importações, os principais fornecedores externos foram, pela ordem, a Rússia e a Belarus com 30,5%, o Canadá com 12,1% , os Estados Unidos com 7,6% e a China e Israel com 6% cada, seguidos de diversos outros com menores participações.