Mato Grosso reduziu em 5% as exportações de frango em volume, mas conseguiu manter o crescimento no valor faturado em 16% graças à alta no preço da carne, em 22%, nos primeiros quatro meses de 2006. Dados do Centro Internacional de Negócios (CIN), mostram que Mato Grosso exportou entre janeiro a abril deste ano aproximadamente 14,135 mil toneladas (t) de frango contra 14,879 mil/t no mesmo período de 2005.
Mesmo vendendo menos, o faturamento dos negócios da carne de frango no exterior manteve-se em ascensão: US$ 16,091 milhões contra US$ 13,879 milhões do ano passado. Esse fenômeno ocorreu porque o quilo (kg) da carne foi comercializada a US$ 1,14. Já em 2005, o frango custava US$ 0,94/kg.
Esse resultado é melhor que o verificado no resto do país. As exportações brasileiras tiveram queda de 17,8% em volume da matéria-prima, e 22,5% em valor, no mês de maio, em relação ao mesmo mês de 2005. A retração deve-se particularmente ao medo da gripe aviária. Os dados de maio por unidade da federação ainda não foram disponibilizados pelo CIN.
O segmento de carne de ave conseguiu manter taxa de crescimento nas exportações até abril, mas os empresários da área a consideram tímida em relação ao seu potencial de venda, e ainda há uma vulnerabilidade pairando no mercado consumidor, ameaçando a continuidade de recuo no consumo de frango no mundo.
O diretor da Anhambi, Aléccio Di Domênico, afirma que a expectativa é do primeiro semestre fechar em queda também no Estado. A empresa exporta 20% de sua produção destinada principalmente para Rússia, Japão, Hong Kong e Leste Europeu.
“Estamos apreensivos quanto ao futuro. A gripe aviária deixou o mundo em pânico, estão com receio de consumir frango por falta de informação, uma vez que no Brasil não há ocorrências de caso e a possibilidade do risco de contaminação é remota”, observou Di Domênico.
Segundo ele, ante um mercado incerto, os produtores mato-grossenses decidiram reduzir em 2 milhões de toneladas a produção de frango. Em 2005, foram produzidas 67 milhões/t, contra 69 milhões/t em 2004.
“Sem mercado consumidor, as granjas decidiram diminuir seus plantéis. O crescimento que houve no faturamento é ínfimo, a expectativa era de ritmo acelerado nas exportações”, disse o diretor da Anhambi. O coordenador da CIN, Maurício Capilé, avalia o cenário com olhar mais otimista.
Segundo ele, o comportamento positivo do faturamento das exportações de frango do Estado demonstra que o setor conseguiu driblar a crise e redirecionar suas exportações frente a outros mercados, já que o principal destino, a Europa, reduziu seu consumo em 60%.