A economia está crescendo e um dos grandes impulsionadores é a indústria brasileira. Em Mato Grosso a realidade não é diferente, conforme mostram os indicadores econômicos referentes ao segundo quadrimestre de 2007, divulgados pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt). Os dados englobam a análise do desempenho da economia estadual, medida por meio da arrecadação de impostos, geração de empregos formais, consumo de energia elétrica e balança comercial.
No Brasil, os números revelam que a arrecadação de impostos federais (janeiro a agosto) aumentou 21%, enquanto que, em Mato Grosso, o crescimento foi de 10%. Tais números referem-se à arrecadação real, taxa obtida mediante o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA). O assessor econômico da Fiemt, Carlos Vitor Timo, intitula o fenômeno de ‘fúria arrecadatória do Governo Federal’. “Como a base dos impostos é a atividade econômica, pela lógica, se a arrecadação do país ou do Estado está crescendo, a economia acompanha o cenário”.
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de todo o Estado, no acumulado, cresceu 7%. Timo enfatiza que a evolução da indústria também reflete esta realidade. “Em 2006, o valor arrecadado em ICMS na indústria era de R$ 585,06 milhões e, neste ano, subiu para R$ 672,11 milhões, que representa o aumento de 10,3% de variação real”, analisa. Dentro deste parâmetro, destaque para a arrecadação da indústria alimentícia, que apresentou crescimento de 26,9%. “Devido, principalmente, à maior atividade das esmagadoras de soja, frigoríficos, e usinas de açúcar”, avalia o presidente da Fiemt, Mauro Mendes.
A tabela do período também mostra crescimento de arrecadação em outros segmentos industriais, em especial na indústria química (59,4%), do mobiliário (68,7%) e de produtos minerais não metálicos (44,9%), mas que, segundo o assessor econômico da Fiemt, são pouco representativos. “Estes números os economistas nomeiam de ‘armadilha estatística’, pois como são setores que têm pouca participação na arrecadação de ICMS, a base de comparação é muito inferior”.
O presidente da Fiemt ressalta que este ano os números estão bem parecidos com 2004. “Tivemos uma crise econômica em 2005, que piorou em 2006. Já em 2007, vivemos um processo de forte recuperação. Por isso, continuo frisando que a expectativa é que, em 2008, Mato Grosso apresente índices de crescimento maiores do que a China”, ressalta.
Os dados do consumo de energia elétrica na indústria também registram valores positivos. No acumulado janeiro-agosto de 2007, o consumo geral do Estado cresceu 20,3%. O destaque fica por conta da indústria de extração e tratamento de minerais, que atingiu evolução expressiva de 67,5%. “O consumo de energia elétrica é um excelente indicador para mensurar o nível de atividade industrial. Os números revelam que mesmo Mato Grosso tendo a energia mais cara do país, o consumo continua aumentando, fato que evidencia o processo de industrialização que o Estado atravessa”, comenta o assessor econômico.
Na geração de empregos formais em Mato Grosso – mensurado pelo saldo de admissões e demissões por setores de atividade – o crescimento continua expressivo. No referido período, a variação absoluta foi de 20.820 vagas, passando de 14.644 em 2006, para 35.464 em 2007. O total apresentado pela indústria foi de 4.180 vagas. “Na indústria deve-se levar em conta o aspecto da sazonalidade, pois a partir do 2º semestre há mais dispensa do que contratações”, comenta o assessor econômico. Segundo ele, “os números de emprego seriam outros se não houvesse tantos encargos sociais, pois estes são os principais obstáculos da contratação”.
O ranking da indústria, no período, é liderado pelo setor de construção civil, que apresentou saldo de 2.028 vagas, seguido da indústria de transformação, com 1.576. “Indústrias de grande porte que estão se instalando em Mato Grosso só contratam com carteira assinada, isso representa emprego com qualidade. O quadro vai mudar ainda mais, positivamente, a partir de 2008, quando as plantas fabris iniciarem suas atividades”, pontua Timo. Para o assessor, todos os aumentos apresentados não são fatos isolados. “Toda essa evolução já mostra a tendência de crescimento do Estado para os próximos anos”.