Vinte e cinco porcento das empresas de Mato Grosso são chefiadas por mulheres. É o que mostra o estudo As Mulheres Empreendedoras do Brasil, divulgado nesta terça-feira (14) pelo Sebrae. De acordo com o levantamento, cujo ano-base é 2011, existem 107,552 mil negócios administrados por mulheres no Estado de um total de 426,372 mil. O restante, 318,820 mil, são de propriedade de empresários do sexo masculino. Os dados foram apurados com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa analisa vários fatores como escolaridade, tipo de atividade, local de trabalho e estrutura, tempo de atividade, horas de trabalho e rendimento mensal. No país, a quantidade de empresas naquele ano era de 22,840 milhões, sendo 30,7% dirigidas por mulheres, o equivalente a 7,025 mil empresas, contra 15,815 mil por homens. O estudo traz ainda uma comparação entre os anos de 2001 e 2011, e mostra que o ganho de espaço das mulheres no mercado de trabalho.
De acordo com o Sebrae, a quantidade de mulheres donas do próprio negócio aumentou 21%, mais do que o dobro do crescimento verificado entre os homens. “É um movimento que não tem mais volta”, analisa o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. Ele complementa dizendo que elas não empreendem apenas para complementar a renda da família ou como passatempo. “Abrem empresas por identificar uma demanda de mercado e estão se perpetuando como empresárias de sucesso, sem amadorismo”.
Prova disso é a piscicultora Maria da Glória Bezerra Chaves, 63. Apesar de já estar aposentada toca o negócio aberto com o marido em 1994, cuja atividade passou a ser profissional em 1998. “Na época procurávamos uma atividade para exercer enquanto estivéssemos envelhecendo, para não nos tornarmos um casal como muitos outros, que se aposenta e só fica em casa”, diz ao contar que compraram uma propriedade em Poconé, onde atualmente produz 30 toneladas de pescado por ano. Maria conta que o negócio foi uma das melhores iniciativas que tiveram e lamenta estar sozinha hoje. O marido faleceu no ano passado e desde então acumula as funções de cuidar dos peixes e comercializar, sendo que esta última ação era responsabilidade do marido.
Já a cabeleireira Neuza Almeida, 59, há 12 anos toma conta de um salão de beleza.Depois de a empresa em que ela trabalhava fechar as portas, decidiu se qualificar e ter o próprio negócio. Em 2004, a filha, Márcia Cristina Almeida, 39, decidiu se juntar à mãe após a formação em estética e cosmetologia. Atualmente Márcia cursa Direito, o que pode ou não ser decisivo na carreira profissional. “Me sinto satisfeita com a atividade no salão, mas só o tempo dirá”.