A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) aponta que o percentual de famílias endividadas em Cuiabá é o menor dos últimos 13 meses. Em dezembro de 2017 eram 107,1 mil famílias endividadas, uma baixa de 19,2% se comparado com o mesmo período do ano anterior quando o problema atingia 132,6 mil famílias. Em percentual, a inadimplência reduziu de 69,7% para 55,7%. O apontamento é realizado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e foi divulgada pela Fecomércio, ontem.
Segundo a entidade estadual, o comprometimento médio da renda familiar com as dívidas é de 24,2%, percentual considerado bom, já que economistas recomendam que no máximo 30% da renda sejam comprometidos com as contas parceladas. Para o presidente da Fecomércio, Hermes Martins da Cunha, a diminuição no número de endividados tem relação direta com o pagamento do 13º salário e com os empregos temporários que surgiram no final do ano. “Pessoas que estavam desempregadas e conseguiram trabalhar nesses últimos 2 meses aproveitaram o salário para quitar débitos antigos e os que já estavam empregados receberam o 13º salário, e também aproveitaram para colocar as contas em dia, já que ninguém gosta de ficar com o nome restrito”, afirmou.
A taxa de endividados com contas em atraso também caiu na variação anual e passou de 35,7% em dezembro de 2016 para 27,5%, redução de 8,2 pontos. Segundo o levantamento, o total de famílias com as contas em atraso passou de 67,9 mil no ano anterior para 52,9 mil em dezembro de 2017. Detalhando os números, 14,9 mil famílias conseguiram vencer a inadimplência no período. “É uma recuperação acima do que a gente esperava porque a recuperação da economia ainda está em início e ainda há muitos desempregados. É um sinal de que as pessoas utilizaram os recursos do final de ano para quitar as dívidas”, comenta o economista Jonil Vital de Souza.
Enquanto a inadimplência caiu, o percentual daqueles que não terão condições de pagar suas contas nos próximos meses subiu. Passou de 10,4% em dezembro de 2016 para 15,2% no mês passado, indicando que o número de famílias nessas condições saltou de 19,710 mil para 29,315 mil na mesma base de comparação.
Para o economista, o aumento no número de famílias sem condições de quitar as suas contas é resultado do desemprego. “A melhora nesse índice vai depender do avanço da economia, mas o emprego, infelizmente, é o último item a voltar a crescer”, apontou.