Mato Grosso registrou no mês passado o melhor janeiro de toda a série histórica elaborada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, iniciada em 1999. Alheia à crise internacional, as exportações estaduais em janeiro de 2009 tiveram desempenho positivo atingindo a comercialização de US$ 542,81 milhões. Em relação a janeiro de 2008, as vendas ficaram 23,36% acima dos US$ 440 milhões faturados anteriormente. Na comparação mensal, com dezembro de 2008, a pauta estadual manteve vigor, registrando evolução de 7,96% em relação aos US$ 502 milhões faturados naquele período.
O superávit mato-grossense foi de 494,41 milhões contra US$ 383,91 milhões de janeiro do ano passado. As importações apresentam recuo de 13,73% na observação anual. O aumento nos negócios foi baseado nas vendas de grãos, soja e milho, sendo este último o destaque, como também as vendas de carne de frango. Conforme dados divulgados na última sexta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Estado passou pelos impactos da crise mundial graças também à ampliação dos mercados consumidores.
Países como Arábia Saudita, Colômbia, Malásia, Filipinas, Marrocos, Irlanda, Dinamarca e Índia, que não computavam participação em janeiro do ano passado, deram início às negociações. Alguns em menor escala, mas que de alguma forma contribuíram que o desempenho positivo da pauta estadual no atual momento econômico, já que as exportações brasileiras encerraram janeiro com queda de 22,3%.
Alheia à crise mundial, a pauta estadual teve 92% de seus negócios feitos por meio da venda de bens considerados intermediários, que são bebidas, alimentos destinados à indústria e insumos agrícolas. Entre os produtos exportados, mais de 50% das vendas foram sustentados pelos grãos, soja e milho, que obtiveram evolução positiva de 15% e 146%, respectivamente no período de janeiro de 2009 contra janeiro de 2008. Somente com a soja a receita somou US$ 150 milhões, ou 27% do total faturado em janeiro e o milho somou US$ 144 milhões, 26% do total estadual dos bens intermediários. Além destes produtos foram destaque as altas do óleo de soja (153%) e a carne de frango (426%). Tiveram recuo no período de comparação os negócios com algodão (-24,89%), uma quebra considerada sazonal, devido à entressafra e a carne bovina (-64,65%), que por ter valor agregado maior em relação às outras carnes sentiu o efeito da queda do apetite europeu, principalmente, como consequência da crise.
Prova do freio no consumo estão os números referentes ao maior comprador estadual, a Holanda, que é a porta de entrada da pauta mato-grossense na Europa. Este destino reduziu suas compras em 42%, já que em janeiro de 2008 foram faturados US$ 144,71 milhões e no mês passado apenas US$ 83,65% milhões. Não apenas a crise explica a redução, mas também o rigor do inverno europeu que reduz o trânsito de cargas neste período. Os analistas acreditam que a partir de março, se não houver muita interferência da crise, o ritmo de compras por parte deles será retomado.
Em segundo lugar na geração de receita ao Estado estão os franceses e os ingleses. Cada país movimentou pouco mais de US$ 35 milhões. O destaque vai para França, que ampliou o comércio em 192% neste período. Comprando um pouco mais do Estado está a Alemanha, que em janeiro do ano passado havia registrado compras de US$ 2,7 milhões e no mês passou ampliou gastos em 934%, passando a US$ 28,70 milhões.
As compras realizadas pelo Estado recuaram pouco mais de 13%, já que o volume movimentado em janeiro de 2008 registrou US$ 56,09 milhões, contra US$ 48,39 milhões no mês passado. Apesar da queda geral, houve alta de 48,41% nas compras feita à Rússia, que somaram US$ 9,76 milhões, contra US$ 6,57 milhões em janeiro de 2008. O principal produto adquirido do país asiático é a uréia, matéria-prima para composição de fertilizantes agrícolas.