Cada vez mais as empresas vêm somando esforços em ações sociais para as comunidades. Isso ficou ainda mais latente com a pandemia de covid-19 e os impactos na economia, emprego e segurança alimentar da população. Segundo a Associação Brasileira de Captadores de Recursos já são mais de R$ 7 bilhões doados por empresas desde que a pandemia começou no Brasil.
Na busca por construir um campo da filantropia e investimento social privado (quando empresas destinam parte de seus orçamentos, de maneira voluntária e planejada, para projetos sociais) mais estratégico, vem crescendo ações colaborativas, envolvendo diversos parceiros. Em Mato Grosso, um exemplo foi o fundo Um Por Todos e Todas Contra a Covid-19, coordenado pela Fundação André e Lucia Maggi (Falm) e que envolveu cerca de 10 empresas e entidades parceiras e doadores, tendo arrecadado cerca de R$ 6,5 milhões e distribuído cerca de 95 mil cestas básicas, beneficiando mais de 370 mil pessoas.
A partir dessa bem-sucedida iniciativa e partindo da percepção de que nenhuma empresa, organização ou indivíduo sozinhos são capazes de resolver os complexos problemas sociais brasileiros, a Falm, responsável pelas ações de Investimento Social Privado da Amaggi, se juntou ao Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), a Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), a Unimed Cuiabá e outras empresas na criação da Rede de Investidores Sociais de Mato Grosso (RIS-MT), que foi lançada oficialmente, on-line, no dia 16 passado.
A Rede de Investidores Sociais de Mato Grosso tem como missão ampliar o impacto e os resultados das ações filantrópicas e de investimento social em Mato Grosso por meio da ação coletiva e coordenada de investidores sociais, gerando benefícios mensuráveis e permanentes para a região. O lançamento contou com a participação da presidente do Conselho Curador da Fundação Tide Setubal e do Conselho do GIFE, Neca Setubal, que falou da relevância da criação de redes como a RIS-MT. “É importante pois institucionaliza um compromisso perante a sociedade. Mostra para a sociedade que existe um grupo de empresas e organizações que estão comprometidas com a melhoria da qualidade de vida, e em busca de encontrar meios para contribuir com a sociedade como um todo. Fico muito feliz ainda de ver ações como essas fora do eixo Rio-São Paulo e com certeza Mato Grosso irá ganhar muito com isso”, disse Neca.
Segundo o presidente da Fiemt, Gustavo Oliveira, mais do nunca as empresas vêm sendo cobradas pela sustentabilidade e ações de responsabilidade social e é muito importante que a indústria mato-grossense tenha espaço nesse tema. “Mas muito mais que isso, o que nos atrai nessa rede é a vontade de fazer de mãos dadas, juntos, e assim poder fazer mais. São muitas as iniciativas sociais de empresas que já existiam em Mato Grosso e a RIS-MT pode ser a consolidação dessas ações que hoje estão dispersas e podem estar mais organizadas e estruturadas”, destacou, através da assessoria.
A RIS-MT fará a formação dos seus membros sobre temas relacionados ao investimento social privado, troca de experiências, fortalecimento de iniciativas já existentes e ampliação e qualificação de projetos sociais já realizados ou que venham a ser organizados pelas empresas participantes. Podem participar empresas (pessoas jurídicas privadas), com atuação em Mato Grosso e com histórico de ações de investimento social privado na região e interesse por ampliar o conhecimento sobre investimento social privado estratégico e filantropia. As empresas que desejarem participar da rede não terão que fazer qualquer investimento financeiro. Devem apenas preencher um formulário de adesão à carta de princípios e participar das reuniões.