Representantes das companhias aéreas pediram hoje ao diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que suspenda o aumento de 26,6% do querosene de aviação previsto para entrar em vigor no domingo. As companhias aéreas alegam não ter condições de absorver um novo aumento.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, George Ermakoff, a diretoria da estatal se reunirá na tarde de hoje a fim de decidir se é possível ou não atender ao pleito das companhias aéreas.
“Nossa primeira opção foi um expurgo desse aumento que representa um ponto fora da curva, que ocorreu em razão da passagem de dois furacões pela região do golfo. Nossa segunda opção é aumentar o prazo de reajustes dos atuais 15 em 15 dias para de 30 em 30 dias”, afirmou Ermakoff.
As empresas avaliam que não há empecilhos para a decisão porque a Petrobras realiza quase toda a produção e o refino do querosene no Brasil. “A Petrobras quer aumentar porque usa há anos o preço do golfo do México como referência porque não tem outros concorrentes no país’, disse. A passagem dos furacões Rita e Katrina na região teve como resultado uma forte alta nos preços.
Os sindicatos aguardam a resposta da Petrobras no fim da tarde de hoje. Segundo Ermakoff, o cenário ideal para as companhias aéreas seria de cancelamento deste reajuste e de mudança do intervalo de reajustes para cada 30 dias. ‘A Petrobras trabalhava antes com o reajuste mensal e acabou mudando para 15 dias. Para nós seria muito positivo se voltasse para o prazo anterior’, disse. O combustível representa de 30% a 35% dos custos das grandes companhias aéreas nacionais.
Participaram do encontro representantes das empresas regionais, não regulares, de charter, cargueiras, de aviação geral e particulares. ‘Estiveram presentes representantes de todos os segmentos da aviação nacional’, afirmou o presidente do sindicato.