Mato Grosso sediou a reunião Conselho de Meio Ambiente (Coema) onde foram propostas alternativas e tendências tecnológicas para fortalecer o segmento da madeira. “Há muita preocupação com as questões regulatórias, fiscalização e monitoramento da exploração de madeira tropical através de manejo florestal, mas não existe uma preocupação para o mercado dessa madeira. O que a gente percebe é que a madeira está sendo substituída por outros materiais e o faturamento das empresas está caindo. Para tentar reverter isso, trouxemos três novas tecnologias que são tendências no Brasil e já utilizadas há muito tempo no exterior”, explicou o especialista em Meio Ambiente da CNI, Mario Cardoso.
A “wood frame”, que são processos construtivos a base de madeira, e a madeira laminada colada – que permite produzir vigas com mais de 30 metros de comprimentos sem nenhum tipo de coluna, podendo inclusive fazer curva – foram soluções propostas para fortalecer a indústria da madeira. “São possibilidades que não sabíamos que poderia ser feita com madeira, com a vantagem de ser mais leve que o aço, por exemplo. Assim se economiza com frete”, afirmou Cardoso.
A terceira solução apresentada foi gerar energia por meio da biomassa vegetal. “Abrimos as possibilidades, pois não dá para pensar em um setor só vendendo madeira em tora e madeira cerrada. Isso é um estágio muito primitivo de agregação de valor. Temos que dar o próximo passo para trazer mais emprego, mais arrecadação e até para que a questão regulatória vire um problema menor”, defendeu.
Durante a reunião, os representantes do Acre, Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins apresentaram como é realizado o licenciamento ambiental nos respectivos estados. “Houve muita troca de experiências entre os conselheiros. Foram apresentados os procedimentos exigidos, os custos e o processo que cada estado utiliza. Com isso queremos otimizar sem perder a qualidade e agilizar a liberação dessa licença, que só vai incentivar a indústria”, disse o presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente da Fiemt (Contema), Cleverson Cabral.
Para o gerente executivo de meio ambiente e sustentabilidade da CNI, Shelley Carneiro, os painéis da reunião contribuem para impulsionar a economia brasileira. “O setor industrial tem uma responsabilidade enorme de alavancar esse processo econômico, não podemos continuar com um país com milhões de desempregados. Temos que acreditar no país porque somos capazes de entrar nesse mercado internacional para competir. É preciso ter coragem, e isso o empresário tem. Ele pode ser uma grande liderança nesse processo de retomada”, disse.
Também participaram do enconrto a promotora de justiça do Ministério Público do Estado, Ana Luiza Peterlini (ex-secretária de Meio Ambiente), o secretário executivo de Meio Ambiente (Sema), André Luís Torres Baby, do secretário Municipal de Meio Ambiente e desenvolvimento urbano de Cuiabá, Juares Samaniego, e da superintendente do Ibama em Mato Grosso, Livia Martins. A informação é da assessoria.