Um grupo de lideranças empresariais no Nortão começou, esta manhã, um novo estradeiro pela BR-163 partindo de Lucas do Rio Verde com destino a Itaituba (Pará), percorrendo cerca de mil km. Eles vão inspecionar o andamento das obras de pavimentação da rodovia, a partir de Guarantã do Norte e divisa dos dois Estados- e desta vez não irão a Santarém -como nas expedições anteriores- até onde deve ser feita a pavimentação. Eles percorrerão cerca de 250 km a menos e chegarão, amanhã, a Itaituba para conhecer também as obras de uma multinacional do agronegócio que está construindo um porto privado visando escoar parte da soja, milho, arroz e demais produtos das regiões Norte e Médio Norte de Mato Grosso. A previsão é que este porto funcione a partir de janeiro de 2014.
O ex-diretor do DNIT Luiz Pagot está a frente do novo estradeiro. Ele atua no setor empresarial sendo consultor no projeto de construção de um porto em Itaituba. Algumas indústrias no agronegócio estão com projetos para construírem portos privados nesta cidade paraense de onde barcaças partirão até o porto em Santana (Amapá) ou a Vila do Conde (Pará) de onde partem navios levando a safra para diversos países.
O ex-prefeito em Lucas e presidente da Fiagril (uma das maiores no agronegócio), Marino Franz, explicou, ao Só Notícias, que este estradeiro tem objetivo de “mapear, de forma concreta, com engenheiros, pontos críticos da BR-163 e fazer intercâmbio com DNIT para que seja feita manutenção nestes trechos não asfaltados para a rodovia ser trafegável. Ano que vem, temos que ter fluxo normal de trafegabilidade de carretas”, defendeu.
De Guarantã do Norte até Santarém -extensão aproximada de mil km- faltariam cerca 450 km para serem pavimentados. De Guarantã até Itaituba são 280 km que precisam ser asfaltados. O DNIT não apresentou novo cronograma de quando todo o projeto – Guarantã-Santarém- será totalmente pavimentado. As obras iniciaram há cerca ade 4 anos quando Pagot estava no DNIT, foram pavimentados diversos trechos e construídas pontes.
As indústrias “descobriram” Itaituba como uma alternativa de viabilizar mais rápido o escoamento da produção. “A hidrovia pode ter barcaças com comboios de 18 até 30 mil toneladas entrando no rio Amazonas com acesso Santana (Amapá) e a Vila do Conde (PA)”, diz Marino Franz. “Estamos estimando economizar entre 30 a 40% por tonelada o que representa cerca de US$ 25 a US$ 40/tonelada, conforme a época, desafogando portos de Paranaguá e Santos que deixariam de receber 10 milhões de toneladas por ano”, calcula o líder empresarial.
Duas empresas região Norte de Mato Grosso se uniram para construir, em Itaituba, um porto que deve escoar cerca de 3 milhões de toneladas ano. O pedido de licenciamento está sendo analisado e a previsão é das obras iniciarem em julho do ano que vem.
Trecho da BR-163 ainda não pavimentado no Pará (Só Notícias/arquivo)