Há seis anos em Mato Grosso com voos diários para quatro cidades (Cuiabá, Juara, Juína e Aripuanã), a Cruiser Linhas Aéreas deixará de atender o Estado até o fim do ano. A decisão foi motivada pela elevada carga tributária sobre o combustível das aeronaves, a Querosene de Aviação (QAV). A mudança para outra unidade da federação está praticamente tomada, e só será repensada se o governo do Estado reduzir o imposto.
O diretor geral da Cruiser, Paulo Almada, esteve nesta segunda-feira (15) em Brasília consultando técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre a transferência da sede. O Estado sondado pela companhia é Minas Gerais, onde a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o QAV é de 2%, enquanto que em Mato Grosso, a carga cheia é de 25%.
"Não dá para mantermos uma companhia aérea em um Estado onde o imposto é alto. Apesar de sermos de pequeno porte, as responsabilidades são as mesmas de uma de grande porte. Vamos para onde o custo é menor". Ele prevê ainda que, se a situação mudar nos próximos meses "todas as empresas deixarão de abastecer o Estado".
Almada afirma ainda que o imposto elevado acarreta em um aumento no preço da passagem aérea. Ele exemplifica dizendo que a tarifa de Cuiabá para Aripuanã não sai por menos de R$ 570. "Os passageiros estão sumindo. Não temos mais como segurar, temos que repassar a alta", diz ao revelar que o combustível de Mato Grosso é o segundo mais caro do país, ficando atrás apenas de Roraima.
O secretário de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz), Eder Moraes afirma que o governo concedeu às companhias aéreas que voam no Estado uma redução de 50% na alíquota sobre o QAV, que baixou para 12,5%. O novo percentual está em vigor desde maio. Para ter acesso ao benefício a empresa têm de se cadastrar junto à Sedtur. "Além disso, as empresas têm isenção na venda das passagens".