O secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf, reuniu-se hoje com os executivos da Brenco (Companhia Brasileira de Energia Renovável) anunciaram o projeto de implantação de um poliduto em Mato Grosso considerando o significativo aumento da produção do etanol no país e a questão da logística do transporte do combustível, que terá sua produção escoada pelo trecho de Alto Taquari (MT) a Santos (SP). De acordo com o projeto, o poliduto, com conclusão prevista para outubro de 2011, terá 1.164 km de comprimento, com nove estações de bombeamento (10.900MWh/mês) e oito terminais com 440.000 metros cúbicos, sendo que cinco serão utilizados para coleta e três para entrega. O poliduto, com investimentos previstos de R$ 2,8 bilhões, tem capacidade para transportar oito milhões de metros cúbicos de etanol por ano, sendo que aproximadamente quatro milhões serão destinados a exportação. “A presença do poliduto será responsável pela diminuição do trânsito de 250 caminhões, por dia, nas rodovias brasileiras, reduzindo os acidentes, engarrafamentos e emissão de gás carbônico”, destacou o diretor de logística da Brenco, Adriano Dalbem.
Para o secretário de Estado de Indústria e Comércio, Pedro Nadaf, a implantação do poliduto em Mato Grosso representará também a atração de grandes investimentos para o Estado. Ele destaca que o projeto contemplará não somente as usinas da Brenco, fixadas no Estado, como o de outras grandes empresas, como a Cluster Bioenergia, que será instalada no Vale do Araguaia. “É a garantia de desenvolvimento para aquela região”, destaca.
Além da apresentação do projeto do poliduto, os investidores aproveitaram para expor a situação do Grupo, atualmente, e os planos a serem concretizados no Brasil, atingindo Mato Grosso. Eles fizeram algumas solicitações técnica à equipe da Sicme que passou à tarde desta segunda buscando soluções para as solicitações e orientando os executivos da Brenco sobre os próximos procedimentos.
Com escala mundial, o estudo da Brenco prevê a construção de pólos bioenergéticos com capacidade de processamento de cana-de-açúcar de um bilhão de galões até 2015. Inicialmente serão três pólos com 12 unidades industriais, que serão responsáveis pela produção de 3,8 milhões m³/ano de etanol, com uma geração adicional de mais de 600MW de energia elétrica. Com início da produção para 2009, 2/3 do produzido será destinado para exportação. O investimento dos pólos será de R$ 5,5 bilhões.
Em 2008, foram plantados 35.000 hectares de cana-de-açúcar, sendo que destes, 15 a 20 mil estão situados em Mato Grosso. Também neste período, iniciaram a construção de duas unidades industriais de Bioenergia, localizadas em Alto Taquari (479 km de Cuiabá) e Mineiros, Goiás. De acordo com o grupo, a colheita será totalmente mecanizada e a usina deverá gerar em torno de dois mil empregos diretos.