A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) recebe repasse de recursos de R$ 7,5 milhões, provenientes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), para prestar assistência técnica diferenciada a aproximadamente 9 mil famílias de agricultores tradicionais em 80 municípios de Mato Grosso. Cerca de 50% dos recursos serão usados para aquisição de veículos, computadores, equipamentos a fim de facilitar o trabalho dos técnicos no atendimento a 100 famílias por município. O projeto será executado em 18 meses.
O analista agrário do MDA, Alex Paulo de Souza, está reunido com a equipe técnica da Empaer que atua no projeto para orientar sobre procedimentos de prestação de contas, principalmente em processos licitatórios com base na legislação federal. Segundo Alex, o recurso de R$ 4,2 milhões está na conta da empresa, o restante serão depositado em duas parcelas, conforme a demanda do trabalho executado em mato Grosso.
A parceria com o MDA tem sido a garantia do serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para agricultores tradicionais. No período de 2003/2005, foram atendidas 2.950 famílias de agricultores em 32 municípios. No ano de 2009, mais de 6.500 famílias em 54 municípios. A Coordenadora do Projeto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), Denise Ávila Gutterres, fala que a primeira ação do governo federal nos Territórios da Cidadania foi o projeto de Ater executado por meio da Empaer em parceria com a Fundaper. O MDA/Secretaria da Agricultura Familiar (SAF) já disponibilizou R$ 15 milhões no atendimento aos agricultores tradicionais, nos últimos sete anos.
O projeto vai começar com os agricultores do Território Portal da Amazônia. Denise avisa aos produtores da Baixada Cuiabana que com a regularização fundiária das propriedades, os agricultores tradicionais tornaram-se agricultores assentados e serão beneficiados com recursos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). No primeiro projeto 12 municípios da Baixada Cuiabana receberam atendimento do MDA/Ater.
A Coordenadora explica que a metodologia aplicada é do Projeto Vida Nova que prevê a realização do diagnóstico das propriedades, implantação das Unidades Didáticas de Subsistência Econômica (UDSE), elaboração de projetos de crédito rural e outros. O objetivo é validar as tecnologias e facilitar o acesso das informações aos agricultores. “A metodologia apóia a agricultura familiar, associativismo/cooperativismo com ações de planejamento e capacitação”, destaca Denise.
O Vida Nova já foi implantado em 70 municípios do Estado, atendendo 5.200 agricultores familiares. A coordenadora recorda que no ano de 2006, o produtor rural Luiz Augusto da Silva Toledo, implantou em sua propriedade, localizada no município de Ribeirão Cascalheira (900 km a Leste de Cuiabá), o Projeto Vida Nova. Em três anos de atividade o produtor melhorou a renda da família, que antes era de R$ 1 mil para R$ 3 mil reais ao ano. Hoje a produção de mandioca é transformada em farinha e polvilho; cana-de-açúcar em melado e rapadura; as hortaliças, frutas e cereal são comercializados na feira livre.