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Embargo de municípios de Mato Grosso deve acarretar na falta de arroz

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A cadeia produtiva do arroz de Mato Grosso será uma das mais prejudicadas pela portaria 96, publicada no dia 27 de março, que ampliou as restrições para mais 86 municípios do Estado, além dos 19 atingidos anteriormente pelo decreto 6.321. A medida suspendeu a comercialização dos produtos agropecuários oriundos das fazendas dos municípios citados, o que impede o abastecimento das indústrias com a matéria-prima.

No caso do setor do arroz, é a partir do mês de abril que as indústrias começam a comprar o arroz para ser beneficiado, em virtude da época da safra. Segundo o primeiro-secretário do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt), Marco Lorga, as indústrias mato-grossenses têm estoques estimados de matéria-prima para apenas mais dez dias. “Com o embargo dos municípios, não poderemos comprar o arroz dos produtores, o que ocasionará a paralisação do beneficiamento e, conseqüentemente, o desabastecimento do mercado local com o nosso produto”, ressalta.

Cerca de 95% dos fornecedores de arroz do Estado estão nos municípios embargados pela portaria. Os prejuízos para o setor são avaliados em cerca de R$ 60 milhões, ocasionados pela falta de armazenamento e de industrialização do produto. “O setor do arroz é responsável pela geração de aproximadamente 1.500 empregos diretos na indústria mato-grossense. Se o embargo continuar, não teremos como industrializar o produto e teremos que fechar nosso parque industrial, o que resultará em desemprego e recessão”, alerta o presidente do Sindicato das Indústrias de Arroz de Mato Grosso (Sindarroz), Joel Gonçalves Filho.

Por ano, são consumidas cerca de 250 mil toneladas de arroz em casca em Mato Grosso. Com a falta do produto mato-grossense no mercado, o consumidor será diretamente prejudicado com a situação, pois terá que comprar o arroz oriundo de outros estados, que tem um valor mais alto. “Como não conseguiremos atender a demanda interna, abriremos espaço para nossos concorrentes. Esperamos uma medida emergencial do governo a respeito dessa situação”, afirma o presidente.

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