O dólar subiu nesta terça-feira, influenciado pelo pessimismo global com a economia dos Estados Unidos após dados piores do que o esperado sobre as vendas do varejo em dezembro.
A moeda norte-americana fechou em alta de 1,04 por cento, a 1,753 real. A divisa, que havia caído nas três sessões anteriores, ainda acumula baixa de 1,35 por cento neste mês.
O dólar acompanhou a piora generalizada dos mercados internacionais. Em Nova York, as principais bolsas caíam cerca de 2 por cento à tarde e, no Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), em queda de mais de 3 por cento, chegou a perder o patamar de 60 mil pontos.
O gatilho para o pessimismo foi o relatório de vendas do varejo nos Estados Unidos em dezembro. A queda de 0,4 por cento nas vendas preocupou os investidores, que temem por uma recessão na maior economia do mundo.
Outra má notícia veio do Citigroup, maior banco dos Estados Unidos, que registrou no final de 2007 o maior prejuízo trimestral da história. O rombo, mesmo menor do que as expectativas mais pessimistas, mostrou que o impacto da crise global de crédito no setor financeiro ainda não está totalmente avaliado.
Nesse ambiente, o mercado de câmbio repetiu a postura cautelosa do dia anterior e operou com volume abaixo da média.
“O mercado ficou olhando lá para fora, não tem como. Vamos ficar nessa indefinição até acabar com esses números lá fora”, disse Júlio César Vogeler, operador de câmbio da corretora Didier Levy.
Na quarta-feira, o mercado terá o relatório sobre os preços ao consumidor nos Estados Unidos para digerir. Nesta terça, foi a vez dos preços no atacado, que repercutiram pouco diante das outras notícias.
“Os indicadores econômicos que serão anunciados ganham relevância maior do que em outros momentos, visto que há o crescente risco de ‘estagflação’, o que é o pior dos cenários”, comentou Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora.
“A volatilidade é a tendência predominante.”