A crise financeira mundial não deve prejudicar a tendência de crescimento das vendas no varejo, pelo menos até dezembro, na avaliação do economista Reinaldo Pereira, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada hoje (18).
“Caso sejam aplicadas todas as medidas que o governo vem anunciando para estimular o mercado interno, provavelmente, a nossa pesquisa deve captar variações positivas. Por outro lado, os próximos meses de novembro e dezembro já possuem um estímulo natural para as vendas. Acredito que até o final do ano não deve haver surpresa de queda no comércio varejista”.
O estudo do IBGE mostra que o mês de setembro foi positivo para o comércio varejista: comparado a agosto, foram registrados aumentos de 1,2% no volume de vendas. Em comparação com setembro de 2007 a variação foi de 9,4%. Foi o sétimo crescimento consecutivo na comparação mês a mês anterior.
Na comparação com setembro de 2007, a pesquisa mostra que o aumento nas vendas de móveis e eletrodomésticos (de 21,3% no volume) foi responsável por 35% da taxa de crescimento do varejo.
Segundo Pereira, além do cenário favorável que existia antes da crise, o resultado positivo do mês de setembro pode ter sido estimulado também pelo adiantamento do décimo terceiro da previdência e “também, porque como já se falava em crise, consumidores se anteciparam na perspectiva de que os preços de produtos que dependem de componentes importados, como eletrodomésticos e veículos, devem aumentar em breve, devido à crise”.