Em um período de 18 anos, entre 1985 e 2004, a economia mato-grossense foi a que registrou o maior crecimento no País – 315% – conforme os resultados da pesquisa divulgada nesta quinta-feira das Contas Regionais 2004, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em parceria com a Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral (Seplan).
Segundo explica a economista e técnica da Área Instrumental na Seplan, Marilde Brito Lima, o percentual obtido pelo Estado é a média do resultado acumulado na série no período analisado que inicia em 1985, ano em que os governos estaduais e IBGE começaram a medir as contas regionais, colocando Mato Grosso como o Estado com melhores resultados na economia e liderando a pesquisa que mede a evolução do volume adicionado ao preço básico. Nessa etapa da pesquisa, Mato Grosso é seguido de perto apenas pelo Amazonas com 314%. Esse crescimento reflete expressivamente a expansão da fronteira agrícola e as indústrias ligadas a essa atividade.
Os resultados de Mato Grosso alcançaram resultados positivos em comparação aos dados de 2003 com indicadores conjunturais que comprovam este bom desempenho, como a Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) e Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), levantadas pelo IBGE, confirmando o resultado favorável da atividade agropecuária, além do comércio varejista impulsionado pelo comércio de vendas de automóveis e material de construção. Em 2004, conforme a economista, o Estado obteve em geral uma recuperação nas atividades econômicas, apresentando a maior taxa de crescimento desde 1994, ou seja, 10,2%; e a segunda maior do Brasil, ficando atrás também do Amazonas, com 11,5%.
O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de toda a produção gerada no Estado, atingiu em valores correntes R$ 27,9 bilhões, posicionando o Estado em 15º lugar na economia nacional. A participação dos estados do Centro-Oeste foi mantida em 2004 em 7,5%. Na região onde a agropecuária é atividade econômica mais intensa, foi registrada perda na produção, sendo que os estados de Mato Grosso do Sul e Goiás tiveram reduções na cultura da soja e do feijão. Somente Mato Grosso manteve o ritmo de crescimento.
Na análise da década entre 1994 e 2004, Mato Grosso obteve um dos melhores desempenhos no resultado acumulado, com 90% de crescimento e média de 6,6%, superado somente pelo Amazonas, que registrou o maior crescimento, de 138%, com média de 9% ao ano. Neste período, as regiões Nordeste e Sul cresceram igual à média do país e as regiões Norte e Centro-Oeste ficaram acima, devido ao bom desempenho da agroindústria e o dinamismo da indústria amazonense.
Exportações
Dados positivos também foram observados no comércio exterior, em que foi registrado recorde nas exportações. Mato Grosso foi o Estado maior exportador do Centro-Oeste, alcançando cifra de (U$ 4,2 bilhões), cuja variação no período 2003/2004 foi de 42%, enquanto que o montante das exportações do Centro-Oeste alcançou U$ 7,2 bilhões. Com isto, a Balança comercial do Estado, manteve o décimo lugar no ranking das exportações brasileiras e primeiro do Centro-Oeste, o que significa 58,3% do total regional, cujo montante representa aproximadamente 33% do PIB estadual.
Ainda, no mercado formal de trabalho, foi constatado um crescimento no número de novos postos de trabalho – 58.535 – o que equivale a um crescimento de 14,1% em relação à 2003. Aliado a esses resultados favoráveis, o cenário nacional também contribuiu, uma vez que a inflação permaneceu sob relativo controle, fechando o ano um pouco acima da meta da inflação estabelecida pelo governo, porém dentro da margem de tolerância acordada com o Fundo Monetário Internacional naquele ano.
Pib per capita
O PIB per capita, resultado da divisão do total da produção gerada no Estado pelo número de habitantes, registrou em 2004 uma sensível melhora na distribuição da renda estadual, quando alcançou o valor de R$ 10.162,00, acima da média nacional que foi de R$ 9.743,00, fazendo com que Mato Grosso passasse para a 9ª posição no ranking nacional contra a 12ª no ano anterior.
Com esse resultado apresentado, Mato Grosso junto ao Espírito Santo apresentaram as duas melhores evoluções do PIB per capita em 2004 e ao longo da série já vinham conseguindo evoluir a distância entre a média brasileira. Em relação a 2003, as undiades federativas do Amazonas, Acre, Mato Grosso, Bahia, Espírito Santo, Maranhão e Piauí tiveram o melhor desempenho na redução de sua renda per capita em relação à renda brasileira.
O comportamento do PIB, observado através dos três grandes setores de atividades econômicas refletiu crescimento generalizado, com destaque para o setor agropecuário com taxa de crescimento de 17,7%. Na indústria foi de 9,0% e nos serviços de 6,0%.
ATIVIDADES
A agropecuária, atividade que nos últimos anos vem sendo impulsionada pelas exportações, com aumento de área cultivada, na quantidade produzida de cereais, leguminosas e oleaginosas, com ganhos de produtividade em todos os fatores de produção, registrou crescimento de 17,7% no ano de 2004, cuja participação foi de 40,8%. Esse desempenho deveu-se aos bons resultados dos produtos da lavoura e da pecuária, destacando-se a produção de soja, algodão, arroz e feijão.
O setor industrial mato-grossense cresceu 8,5% no ano de 2004, cuja participação foi de 10,2%, refletindo-se desempenhos positivos em todos os subsetores. A indústria de transformação expandiu 9,3%, resultado associado principalmente ao gênero de bebidas, minerais não metálicos e madeira.
A atividade de serviços aumentou 5,62% em 2004, com desempenho positivo em todos os subsetores. O maior destaque foi para as instituições financeiras e comunicações, cujas elevações foram de 10,91% e 9,1% respectivamente.