Em uma sessão marcada pelo feriado no Estado de São Paulo, o dólar acompanhou o pequeno fluxo de negócios e fechou abaixo de R$ 1,90 pela primeira vez em mais de seis anos. A moeda norte-americana recuou 0,26% e encerrou cotada a R$ 1,898. É a menor cotação de fechamento desde 20 de outubro de 2000.
Sem o principal centro financeiro do país, que comemorou os 75 anos da Revolução Constitucionalista, o mercado de câmbio assistiu a uma sessão atípica, com volume bem abaixo do normal. O feriado regional foi “acompanhado” até em outras cidades. No Rio de Janeiro, diversas corretoras preferiram não operar nesta segunda-feira, devido à pequena liquidez do mercado.
Jorge Knauer, gerente de câmbio do Banco Prosper, lembrou também que o fechamento da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), onde são negociados contratos de dólar futuro e também de dólar à vista, deixou as praças em operação sem referência nesta segunda-feira. “Mais do que a dependência do mercado de São Paulo, tem a dependência do mercado futuro. A gente fica sem parâmetro para trabalhar”, disse Knauer.
Com o mercado praticamente parado, a taxa de câmbio foi determinada principalmente pelo fluxo de transações, que fizeram a divisa fechar na mínima desde 2000. O dólar já havia sido cotado abaixo do piso de R$ 1,90 em algumas sessões recentes, mas a cotação sempre havia se recuperado antes do fechamento.
O dia incomum também não teve o leilão de compra de dólares no mercado à vista realizado pelo Banco Central. A operação, que tem sido feita diariamente pelo BC, é a principal responsável pelo patamar recorde das reservas internacionais, que superam os US$ 148 bilhões.
Knauer espera que o retorno do feriado seja calmo no mercado de câmbio, que volta a acompanhar o movimento das bolsas de valores norte-americanas. “Lá fora o cenário está tranquilo, e no mercado interno… a gente observa um mercado com liquidez, com volume de entrada de divisas… Acho que segue com essa tranquilidade”, disse.