Tensões geopolíticas abateram o mercado um dia antes da reunião do Federal Reserve (o Fed, banco central americano) e fizeram o dólar encerrar em alta de 0,79% nesta terça-feira, a R$ 2,164.
A sessão começou com o dólar perto da estabilidade, enquanto investidores optavam por uma posição de cautela à espera da decisão do Fed, embora a expectativa seja de manutenção do juro nos Estados Unidos, diante dos últimos dados de inflação.
Mas as notícias sobre o golpe de Estado na Tailândia depois que as Forças Armadas tomaram a sede do governo em Bancoc abateram os mercados, fazendo prevalecer a alta do dólar.
“Teve o efeito da questão da Tailândia, isso ajudou a dar uma puxada no dólar porque mexeu com as Bolsas lá fora de uma maneira geral”, afirmou João Medeiros, diretor de câmbio da corretora Pioneer.
O estrategista de câmbio do IDEAGlobal em Londres, Divyang Shah, destacou que os fatos na Tailândia podem motivar um movimento de aversão a risco dos investidores estrangeiros.
“Com o fim do mês e do trimestre no horizonte, e com muitos fundos sem um bom trimestre, os riscos são ainda mais agudos”, disse.
Ainda no cenário internacional, os mercados aguardam nesta quarta-feira a decisão do BC norte-americano sobre o juro do país. Os dados que mostraram inflação no atacado dos EUA comportada em agosto e declínio nas construções de moradias reforçaram a visão de que o juro não deve sofrer ajuste.
“Os números foram bons para nós (emergentes)”, resumiu Júlio César Vogeler, operador de câmbio da corretora Didier Levy.
Internamente, o Banco Central voltou a comprar dólares no mercado à vista e aceitou cinco propostas, com corte a R$ 2,157.
Os investidores também ficaram atentos ao vencimento de US$ 1,287 bilhão em swap cambial reverso (o BC recebe dólar no mercado futuro e entrega taxa de juros em reais) nesta quarta-feira. A taxa média do dólar (Ptax) desta sessão serve de base para o resgate dos contratos.