Em meio a tensões no Brasil e no exterior, o dólar subiu e aproximou-se da cotação recorde. O dólar comercial encerrou hoje vendido a R$ 5,824, com alta de R$ 0,084 (+1,47%). Esse é o segundo maior valor nominal (sem considerar a inflação) desde a criação do real, só perdendo para a última quinta-feira (7), quando a cotação tinha fechado em R$ 5,84.
O euro comercial fechou a R$ 6,293, com alta de 1,23%. A libra comercial encerrou o dia vendida a R$ 7,181, com alta de 0,9%. O dólar operou em alta durante toda a sessão. Na máxima do dia, por volta das 16h30, encostou em R$ 5,84. A divisa acumula alta de 45,14% em 2020.
O Banco Central (BC) interferiu pouco no mercado. A autoridade monetária fez um leilão de contratos novos de cerca de US$ 500 milhões de swap cambial – que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.
Nos últimos dias, os investidores têm repercutido a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a Selic (taxa básica de juros) para 3% ao ano. Além de reduzir a taxa além do estimado, o BC indicou que pretende promover um novo corte de até 0,75 ponto percentual em junho, o que poderia levar a Selic para 2,25% ao ano.
Juros mais baixos tornam menos atrativos os investimentos em países emergentes, como o Brasil, estimulando a retirada de capitais estrangeiros. As tensões políticas internas também interferiram nas negociações, principalmente em torno do veto à exclusão de diversas categorias de servidores estaduais e municipais do congelamento de salários que consta da lei de ajuda aos estados e às prefeituras afetadas pela pandemia de covid-19.
O dia foi marcado por perdas no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3 (bolsa de valores brasileira), fechou esta segunda-feira aos 79.065 pontos, com queda de 1,49%. O indicador alternou momentos de alta e de baixa até por volta das 15h, mas passou a operar em queda nas horas seguintes.
O Ibovespa foi afetado pelo mercado externo. Influenciado pelo aumento de casos de coronavírus em países que relaxaram as restrições sociais, como a Alemanha e a Coreia do Sul, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, encerrou o dia com perda de 0,45%.
Há várias semanas, mercados financeiros em todo o planeta atravessam um período de nervosismo por causa da recessão global provocada pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus.
As interrupções na atividade econômica associadas à restrição de atividades sociais travam a produção e o consumo, provocando instabilidades. No entanto, o relaxamento de restrições em vários países da Europa e regiões dos Estados Unidos, após a superação do pico da pandemia, tinham começado a amenizar o impacto sobre os mercados globais.