O dólar encerrou a quinta-feira no mesmo nível da véspera, a 2,191 reais, em uma sessão tranquila depois do anúncio das mudanças na legislação cambial.
Segundo analistas, o comportamento estável desta sessão deveu-se a inúmeras operações casadas com o mercado futuro. Muitas tesourarias fizeram operações casadas inversas, por exemplo ao vender dólar no mercado à vista e comprar no futuro.
“O fluxo continua forte, tem mais de 2 bilhões de dólares de volume registrados. Mas tem muita operação arbitrada com a BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), então não dá essa volatilidade no preço”, afirmou o gerente de câmbio de um banco estrangeiro, que não quis ser identificado.
Paulo Fujisaki, analista de mercado, ressaltou que não houve fatores relevantes que dessem rumo para o dólar nesta sessão, depois do alívio com as mudanças cambiais anunciadas na véspera.
O volume de receitas dos exportadores que poderá ser deixado fora do país foi considerado aquém do esperado pelo mercado. De acordo com as medidas, os exportadores poderão manter até 30 por cento de seus recursos com vendas externas no exterior.
“Não surtiu efeito nenhum na taxa, então o mercado está largado, ao prazer do fluxo e de indicadores americanos”, afirmou Fujisaki.
O gerente do banco estrangeiro lembrou ainda que os juros brasileiros elevados farão com que os exportadores optem por trazer os recursos ao país. “Enquanto o juro permitir arbitragem, ninguém vai deixar dólar lá fora.”
O leilão de compra de dólares do Banco Central também ajudou a enxugar a liquidez do mercado e dar equilíbrio para o preço. Operadores disseram que as tesourarias têm optado por segurar dólares para vender ao BC, ao invés de ingressar no mercado.
A autoridade monetária aceitou nove propostas no leilão, com corte a 2,1877 reais.