O dólar fechou em baixa de 0,28% nesta segunda-feira, vendido a R$ 2,147, derrubado por ingressos de recursos e um cenário externo relativamente tranqüilo. O bom desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) contribuiu para o otimismo.
“Hoje teve bastante entrada, o mercado ficou mais favorável para venda”, afirmou um operador de câmbio de uma corretora nacional que não quis ser identificado.
O leilão de compra de dólares do Banco Central, com seis propostas aceitas, foi insuficiente para enxugar a liquidez do mercado, completou o operador.
No segmento de ações, a Bovespa subia quase um por cento à tarde, ajudada pelo avanço dos papéis da Petrobras, diante da alta nos preços internacionais de petróleo.
Segundo José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação, o câmbio tem estado bastante ligado ao comportamento da Bovespa, já que realização de lucros nas ações acaba motivando compra de dólares.
“Depende muito da bolsa porque boa parte da fuga de capitais está sendo na bolsa”, disse. “Hoje, a bolsa está em alta e no mercado (de câmbio) está aparecendo um pouco mais de vendedor (de dólar).”
No front internacional, o destaque da semana é a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc, na sigla em inglês) na quarta-feira, com expectativa de manutenção dos juros norte-americanos em 5,25%. Antes disso, o mercado fica de olho no índice de preços no atacado dos EUA nesta terça-feira.
A corretora de câmbio NGO ressaltou, em relatório, que como há consenso para juros inalterados nos EUA, a expectativa maior reside no comunicado que sai junto com a decisão, diante das dúvidas sobre movimentos futuros.
A NGO ponderou ainda que há divergências entre o que pensam os membros do Fed e o que projetam os agentes do mercado.
“Declarações recentes de dirigentes do Fed sugerem que o Fed não partilha o pessimismo em relação ao crescimento ou o otimismo em relação à inflação, implícitos na expectativa de queda dos juros até meados de 2007.”
Ainda no campo externo, o risco-País recuava nesta tarde, enquanto os títulos da dívida externa brasileira ganhavam terreno.