O dólar fechou em alta nesta quinta-feira, reagindo à piora dos mercados globais em meio a notícias ruins sobre a crise do setor financeiro nos Estados Unidos.
A moeda norte-americana subiu 0,54%, para R$ 1,680. No começo do dia, com um cenário mais tranquilo no exterior, o dólar chegou a valer R$ 1,659 – menor cotação durante os negócios desde maio de 1999.
“Não vi nada de anormal”, disse João Medeiros, diretor de câmbio da corretora Pioneer. “Mas o humor das bolsas deu uma mexida (sobre o dólar)”, emendou.
As bolsas em Nova York caíam mais de 1% durante a tarde após o calote de uma concessora de hipotecas e o recorde de alta nas execuções hipotecárias. O financiamento imobiliário é o epicentro da crise econômica nos Estados Unidos.
O contágio do mau humor externo sobre o mercado brasileiro – a Bovespa também reagiu, com baixa de mais de 1% à tarde – fez o real destoar de outras moedas no resto do mundo. Com a manutenção dos juros na Inglaterra e na Europa, o euro bateu recordes, e a libra também avançou.
A virada, porém, não surpreendeu Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora. Como o dólar já caiu mais de 5% desde o começo deste ano, há espaço para alguma realização de lucros, escreveu em relatório.
“A apreciação exacerbada do real… faz com que aumente o risco de perda de variação cambial (para quem aposta no mercado futuro na desvalorização do dólar). Então, volatilidade pode ocorrer”, disse.
O Banco Central realizou seu leilão de compra de dólares na primeira parte da sessão, com taxa de corte estabelecida a R$ 1,6665. De acordo com operadores, pelo menos uma das propostas divulgadas foi aceita.