O dólar fechou com discreta baixa nesta segunda-feira, um dia de tranquilidade no cenário externo. Mais cedo, a moeda norte-americana chegou a exibir queda mais acentuada, mas um leilão de compra de dólares pelo Banco Central enxugou parte da liquidez do mercado.
A divisa norte-americana terminou a sessão com variação negativa de 0,09 por cento, a 2,181 reais.
“O BC tirou bastante (dólar) do mercado, por isso que o dólar subiu um pouco”, comentou o operador de câmbio de um banco nacional. Na mínima, a divisa recuou 0,60 por cento, a 2,170 reais.
A autoridade monetária aceitou 10 propostas no leilão de compra feito no final desta manhã, com corte a 2,173 reais.
O operador, que pediu para não ser identificado, afirmou que o BC adquiriu perto de 300 milhões de dólares.
A diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, acredita que os leilões do BC sinalizam que há um desejo de manter o dólar acima de 2,15 reais.
“Acho que o dólar continua oscilando entre 2,17 e 2,20 (reais), mais perto dos 2,20 se o cenário externo confirmar possibilidade de mais aumentos de juros lá fora”, acrescentou ela.
A agenda de indicadores econômicos norte-americanos foi fraca nesta segunda-feira, e o mercado aguarda outros dados antes de firmar aposta para a próxima reunião do Federal Reserve.
O risco-país recuava 3 pontos nesta tarde, a 242 pontos-básicos sobre os Treasuries, enquanto os títulos da dívida externa brasileira ganhavam força.
Segundo o economista-chefe da Corretora Liquidez, Marcelo Voss, o fraco desempenho em Wall Street à tarde também ajudou a conter uma queda mais acentuada do dólar.
“O desempenho da Intel e da HP derrubou os índices americanos e levou junto os emergentes, incluindo o Brasil”, afirmou.
Dados internos positivos agradaram os investidores, disseram analistas. A balança comercial brasileira registrou superávit de 1,69 bilhão de dólares na primeira semana de julho, elevando o superávit acumulado no ano para 21,226 bilhões de dólares.