O dólar voltou a fechar no menor nível desde abril de 2001 nesta quarta-feira, a 2,178 reais, ao registrar o oitavo dia consecutivo de queda.
Ingressos de recursos e a reabertura do bônus soberano em dólar com vencimento em 2015 contribuíram para o otimismo do mercado e para o declínio de 0,77 por cento do dólar. Em oito dias, o dólar acumula queda de 4,93 por cento.
Na cotação mínima, a moeda norte-americana recuou 1,37 por cento, a 2,165 reais. O leilão de compra de dólares do Banco Central, na segunda etapa de negócios, fez a divisa desacelerar a queda.
“Eu acho que não tem muito o que comentar, tem os parâmetros para sustentar uma alta do dólar que seriam a queda da taxa de juros… e poderia ter um swap reverso, mas não foi anunciado”, afirmou o gerente de câmbio de um banco estrangeiro, que preferiu não ser identificado.
“E, para ajudar, teve melhora da perspectiva do rating e anúncio de emissão que pode abrir portas para emissões privadas. O BC está numa situação difícil”, completou o gerente.
O Brasil concedeu mandato para a reabertura da emissão do bônus em dólar com vencimento em 2015. Uma fonte do mercado em Hong Kong disse que o Citigroup e o HSBC lideram a operação. Na véspera, a Standard & Poor’s havia revisado a perspectiva do rating brasileiro de “estável” para “positiva”.
Nesta tarde, o BC realizou o 24o leilão de compra de dólares desde a retomada das operações em outubro. Operadores disseram que a autoridade monetária aceitou 19 propostas, com a taxa de corte a 2,1730 reais. Na véspera, no entanto, o BC informou que não realizaria o leilão de swap cambial invertido pela 35a semana consecutiva.
“Hoje ele comprou um pouco mais, o dólar mostrou uma desaceleração… mas o juro ainda é fator primordial, preponderante para manter a taxa (de câmbio) nesse nível”, disse o gerente.