Após recuar durante toda a manhã, o dólar encerrou a sexta-feira em alta de 0,54%, a R$ 2,427. O mercado foi pressionado, principalmente, pela volatilidade dos mercados externos. Na primeira etapa dos negócios, a moeda norte-americana chegou a cair 0,99%, para R$ 2,39, com ingressos de recursos e dados fracos de emprego nos Estados Unidos. Um relatório mostrou que a economia norte-americana criou apenas 78 mil postos de trabalho em maio, frente à expectativa de 185 mil novas vagas.
Os dados chegaram a enfraquecer o dólar frente a outras moedas e derrubaram o rendimento dos Treasuries de 10 anos, mas o movimento foi revertido logo em seguida.
“Saíram os postos de trabalho (nos EUA), que teoricamente eram motivo de alta para as bolsas e de baixa para os Treasuries. Mas o mercado depois passou a analisar de outra forma”, comentou o gerente de câmbio de um banco nacional. “E aí viraram todos os mercados, inclusive aqui.”
Nesta tarde, o rendimento dos Treasuries de 10 anos subia para cerca de 3,98%, após recuar 3,84% pela manhã. As bolsas de valores norte-americanas cediam e o dólar ganhava força sobre o euro.
O gerente explicou que, mesmo com os dados fracos, a interpretação do mercado era de que os juros norte-americanos devem continuar subindo gradualmente – o que afetou as bolsas norte-americanas mas deu suporte para o dólar.
No front interno, operadores disseram que preocupações em torno de notícias políticas que poderão sair nas revistas semanais fortaleceram as compras de dólares.
“Aí o mercado também aproveitou a reversão dos juros lá fora (nos EUA) e isso ajudou a firmar o dólar (em alta)”, explicou Francisco Carvalho, gerente de câmbio da corretora Liquidez.
Operadores citaram ainda remessas de recursos por parte de estrangeiros como mais um fator de pressão sobre o câmbio, além da cautela frente à expectativa de um possível retorno das atuações do Banco Central. Nesta semana, o dólar acumulou alta de 1,76%.
No mercado futuro, os contratos de dólar com vencimento em junho fecharam a R$ 2,455, com avanço de 0,47%, após 88,1 mil títulos negociados.
O dólar paralelo, estável, fechou a R$ 2,63 na compra e a R$ 2,73 na venda. No turismo, a divisa era comprada a R$ 2,37 e vendida a R$ 2,49, enquanto que no traveller check a moeda trocava de mãos entre R$ 2,38 e R$ 2,48 – ambos em queda de 0,40%.
No cenário externo, o risco-País, medido pelo Embi+ do JP Morgan em queda de 1,43% saia aos 412 pontos. O C-bond, papel mais negociado do governo brasileiro, recuava 0,38%, para 102,313% de seu valor de face.
Euro cai
O euro turismo fechou a sessão cotado a R$ 2,97467 para a compra e a R$ 3,18167 para a venda, indicando queda de 0,37%.
O traveller check terminou o dia em retração de 0,38%, a R$ 2,95767 na compra e a R$ 3,17233 na venda.