A forte especulação no mercado de câmbio fez os preços da moeda americana dispararem de uma maneira não vista desde maio de 2006. Nas últimas operações desta quinta-feira, o dólar comercial foi cotado a R$ 1,93 (venda), em forte alta de 3,31%. Trata-se do valor mais alto desde setembro de 2007. No decorrer do dia, a cotação chegou a subir 5%, atingindo a máxima de R$ 1,963.
Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado a R$ 2,07, com avanço de 3,5%.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) opera com forte alta de 5,78% e alcança os 48.561 pontos. O giro financeiro é de R$ 6,15 bilhões. Em Nova York, a Bolsa local valoriza 3,23%, em nova tentativa de recuperação.
“O mercado ficou especulando para ver a atuação do Banco Central. Demorou quatro anos para o BC trazer a taxa de câmbio para R$ 1,6 e apenas quatro dias para reverter isso”, afirma Luiz Carlos Baldan, diretor da corretora Fourtrade. “Com mais de US$ 200 bilhões de reservas, todo mundo quis ver se ele deixaria chegar a R$ 2 para agir ou se deixaria o mercado se regular”.
“Não houve entradas fortes nem saídas fortes. Hoje foi pura especulação em cima das notícias ruins que chegam de fora”, sintetiza.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, anunciou há pouco que o Brasil vai realizar leilões de venda da moeda norte-americana com compromisso de compra futura, diante da disparada da cotação. No mercado futuro de dólar, a cotação da moeda já acusou a reação do BC: o preço recuou pára R$ 1,92.
(Atualizada às 16:57h)