O dólar operava em alta de quase 2% nesta sexta-feira, influenciado pela saída de investidores estrangeiros para a cobertura de perdas no exterior em meio à preocupação com as condições de crédito e com a liquidez global.
Às 11h53, a moeda norte-americana era cotada a R$ 1,960, em alta de 1,71%. Na véspera, o dólar já havia subido 2,17% em meio à instabilidade dos mercados.
“O mercado lá fora está com grandes prejuízos, principalmente em relação à bolsa. O pessoal está se desfazendo de ativos”, disse Gerson de Nobrega, gerente da tesouraria do Banco Alfa de Investimento.
A sexta-feira começou com fortes perdas nos mercados acionários de todo o mundo, e a tensão fez o dólar atingir R$ 1,967 em poucos minutos após a abertura.
Após a primeira hora de sessão, porém, o mercado de câmbio manteve o dólar em um patamar um pouco menos elevado com ajustes de posição de tesourarias bancárias no país e com a injeção de US$ 19 bilhões no mercado norte-americano pelo Federal Reserve, disse Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora.
A turbulência nos mercados se intensificou no final de julho, com a preocupação dos investidores com o crédito imobiliário de alto risco nos Estados Unidos, e ganhou mais força à medida que surgiram problemas em diversos fundos associados ao setor.
Em meio à incerteza sobre o efetivo tamanho do problema, vários bancos centrais, como o Banco Central Europeu e o Federal Reserve, têm injetado dinheiro desde quinta-feira para aumentar a liquidez dos mercados e acalmar os investidores.