O dólar encerrou em baixa de 0,84 por cento nesta quarta-feira, a 2,604 reais, atento ao cenário externo mais calmo e à contínua ausência do Banco Central no mercado.
Durante a segunda etapa de negócios, a moeda norte-americana chegou a cair abaixo de 2,60 reais pela primeira vez desde 1 de março, alcançando 2,594 reais.
Segundo analistas, o fato de o Banco Central não estar atuando no mercado tem sido o principal motivo para o declínio da moeda norte-americana nas últimas nove sessões.
Desde o dia 17 de março, o BC não realiza leilões de compra de dólares e por quatro semanas desistiu dos leilões de swap cambial invertido.
“Foi mais um dia de ausência do BC e ontem ele também anunciou que não faria swap reverso, então era de se esperar que (o dólar) caísse, até mesmo que rompesse 2,60 (reais)”, afirmou Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora.
A diretora citou também a trégua no cenário externo como fator para a valorização do real, destacando o declínio do risco Brasil e os preços do petróleo.
“O cenário externo melhorou um pouco, os fatores que pressionavam amenizaram”, disse. “Enquanto o petróleo estiver perto dos níveis do fechamento (da véspera), o mercado fica um pouco mais calmo.”
Nesta quarta-feira, os contratos de petróleo em Nova York cederam 0,19 dólar, para 55,85 dólares o barril. Nesta tarde, o risco-país, medido pelo banco JP Morgan, caía 17 pontos, para 446 pontos-básicos sobre os títulos do Tesouro norte-americano.
Miriam acredita que o dólar deve permanecer em baixa enquanto não voltarem as atuações do BC, ou mesmo enquanto não houver alguma sinalização da autoridade monetária. “Nem que seja algum comentário”, afirmou.
O diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues, destacou ainda como motivo para o movimento no dia ingressos de recursos e a posição vendida dos bancos.
Nesta quarta-feira, o Banco Central informou que os bancos encerraram o mês de março vendidos em 3,076 bilhões de dólares. O fluxo cambial no mês passado foi positivo em 3,030 bilhões de dólares.