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Dólar cai e fecha em R$ 2,15

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O dólar retomou a trajetória de queda nesta quarta-feira após subir por três sessões, com o mercado aproveitando a calmaria externa para corrigir exageros e vender a moeda norte-americana a um preço mais favorável.

O dólar encerrou o dia com baixa de 0,92 por cento, a 2,154 reais. Nas três sessões anteriores, o dólar acumulou ganho de 3,03 por cento, enquanto as tesourarias aumentaram suas posições compradas em dólar (apostas na alta da moeda).

“A tendência é de queda (do dólar). Você tem alguns momentos de estresse, mas a estrutura é de queda”, destacou o gerente de câmbio da corretora Souza Barros, Marcos Forgione.

“A hora que você tomba a moeda estrangeira, você aciona a outra ponta (de compra), mas para cada três sessões de alta, você tem umas vinte de queda”, completou o gerente, lembrando que a taxa de juro elevada é que mantém a tendência de queda do dólar.

Entre os fatores de nervosismo dos últimos dias, o gerente destacou a preocupação em torno de uma possível saída do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, após recentes acusações. Forgione acredita, porém, que mesmo que isso venha a acontecer, não haveriam grandes mudanças na política econômica.

“Vamos supor que ele realmente saia, vai ter uma semana de estresse, mas efetivamente não deve mudar nada.”

A corretora NGO citou, em relatório, que a perspectiva de elevação da taxa de juro norte-americana depois de recentes declarações do chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, contribuiu para a alta do dólar nos últimos dias.

Nesta tarde, porém, o rendimento pago pelos Treasuries de 10 anos recuava para cerca de 4,70 por cento. O dólar operava quase estável em relação a outras moedas.

A corretora também citou a expectativa nos últimos dias entre os bancos de que o Banco Central poderia tomar alguma medida para sustentar o preço do dólar em alta, o que explicaria o aumento de posições compradas.

“Uma análise mais detida mostra que houve excesso na consideração dos fatos, por isso hoje o real retoma a apreciação, até porque, com o preço relativamente melhor, os exportadores retornam ao mercado e a oferta impõe naturalmente a queda”, concluiu a corretora.

A diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, acredita, no entanto, que o dólar não deve ter muito espaço para ceder em relação ao real por conta das posições compradas dos bancos.

“As tesourarias iniciaram um movimento de reversão de posição, aumentando a comprada ou diminuindo a vendida, e isso reflete aposta de que o dólar estava muito baixo”, disse a diretora.

O Banco Central voltou a comprar dólares no mercado à vista nesta sessão, e aceitou nove propostas, com corte a 2,1545 reais. Há duas semanas, porém, não há leilão de swap cambial reverso.

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