O dólar voltou a se firmar nos menores níveis desde o início de abril de 2002 e encerrou a 2,266 reais nesta sexta-feira, derrubado por ingressos de recursos.
No dia, a divisa norte-americana caiu 0,44 por cento, enquanto na semana o declínio acumulado foi de 1,44 por cento.
Mesmo com volume de negócios mais fraco e o receio de uma possível atuação do Banco Central, a entrada de recursos provenientes das recentes captações privadas foi suficiente para que a divisa norte-americana encerrasse em baixa.
Na mínima do dia, o recuo do dólar foi de 0,57 por cento, para 2,263 reais.
“A bolsa em alta, teve bastante entrada, tudo isso contribuiu para a queda do dólar”, comentou Flávio Ogoshi, operador da mesa de derivativos do Rabobank. Nesta tarde, o índice Ibovespa subia quase 2 por cento.
Entre os destaques na ponta de venda, operadores citaram um banco estrangeiro e uma siderúrgica nacional.
Outro fator que contribuiu para a tranquilidade do mercado, segundo analistas, é a preocupação menor dos investidores com o cenário político.
De acordo com Tarcísio Rodrigues, diretor de câmbio do banco Paulista, o mercado está “ignorando” a parte política. “É a parte econômica que conta e está entrando muito dinheiro, então a taxa (do dólar) é para baixo.”
O diretor destacou que muitos investidores ficaram receosos durante algumas partes do dia e seguraram a venda de dólares diante da possibilidade de o Banco Central entrar com um leilão de compra da moeda.
Por isso, a queda do dólar foi menos acentuada na parte da manhã, chegando a se aproximar do preço de fechamento da véspera.
Mas novamente a autoridade monetária se manteve de fora do mercado. O último leilão foi realizado no dia 11 de agosto, depois de cinco meses de ausência, mas o BC não aceitou nenhuma proposta. O dólar também estava abaixo de 2,30 reais na época.