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Dólar cai ainda mais e fecha em R$ 2,23

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O dólar caiu mais de 1% nesta quarta-feira e encerrou novamente no menor patamar desde o início de maio de 2001, a R$ 2,235.

Ingressos de recursos contribuíram para o declínio de 1,11% da moeda norte-americana, além do movimento de tesourarias em posição vendida se preparando para os vencimentos do fim do mês.

A decisão do Banco Central de não oferecer nesta semana os contratos de swap cambial invertido também deu espaço para que o dólar caísse já que, com isso, muitos investidores reduziram as apostas de uma atuação do BC em breve.

“Algumas tesourarias apostavam que haveria o leilão e ontem no final da tarde ele (BC) deu a notícia de que não o faria, então foi uma continuação da queda do dólar”, afirmou Jorge Knauer, gerente de câmbio do banco Prósper.

Para o analista de mercado da corretora Socopa, Paulo Fujisaki, um dos motivos por trás da ausência contínua do BC é o fato de que o câmbio valorizado ajuda no controle da inflação.

A autoridade monetária não realiza compras de dólares no mercado e nem oferece os swaps cambiais invertidos desde março deste ano. Na época, o dólar rondava os R$ 2,75.

Mas o chefe de Pesquisas para a América Latina do WestLB, Ricardo Amorim, acredita que o Banco Central atuará no mercado nesta ou na próxima semana. Ele pondera, no entanto, que a reversão da trajetória de queda do dólar deverá ser temporária devido ao fluxo diário de ingressos.

Os recursos que entraram no mercado nos últimos dias vêm, principalmente, de investidores estrangeiros atraídos pelos juros elevados e das recentes captações privadas, afirmam analistas.

O analista de mercado da corretora Souza Barros, Hideaki Iha, acrescentou que a queda do dólar foi fortalecida nesta sessão pelo início da tradicional disputa entre “comprados” e “vendidos” para formar a última Ptax (taxa média do dólar) do mês.

“Hoje, apesar de a tendência já ser (o dólar) para baixo, principalmente pela ausência do BC, o pessoal já está forçando a Ptax, já estão derrubando”, disse Iha. “Estão forçando para levar (o dólar) o mais baixo que puderem até o dia 30.”

A Ptax do dia 30 serve de base para liquidação dos contratos de dólar futuro na Bolsa de Mercadorias & Futuros.

Outros números
No mercado futuro, os contratos de dólar com vencimento em outubro fecharam a R$ 2,237, em queda de 1,22%, após 120,1 mil títulos negociados. O dólar paralelo apontou estabilidade, a R$ 2,45 para compra e R$ 2,55 para venda.

No turismo, a divisa era comprada a R$ 2,20 e vendida a R$ 2,34. No traveller check, a moeda trocava de mãos entre R$ 2,21 e R$ 2,31. Os setores indicaram queda de 0,43% cada.

No mercado de títulos da dívida soberana brasileira, o Global 40, papel mais negociado, subia 0,31% para 121,5% de seu valor de face. A taxa de risco-País, medida pelo Embi+ do JP Morgan, indicava queda de 0,84%, aos 354 pontos.

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