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Dejetos de animais podem garantir nova matriz energética em MT

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"Mato Grosso tem tudo para ser referência no país com a implantação de biodigestores. Entre as vantagens competitivas, em relação aos demais Estados, estão o clima quente e a grande quantidade de animais". É o que garante o gerente do Centro de Estudos do Biogás, da Fundação Parque Tecnológico de Itaipú, Ansberto do Passo Neto, sobre a viabilidade sustentável e econômica dos biodigestores na produção de energia.

Neto citou ainda, durante o 1º Seminário de Biodigestores de Mato Grosso" promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf), nesta terça-feira, experiências bem sucedidas realizadas no Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e no Rio Grande do Sul onde os Estados aproveitam os dejetos de animais (bovinos e suínos) e transformam em energia elétrica, através do biogás, que é utilizada na propriedade e o excedente comercializado diretamente nas concessionárias de energia.

O secretário da Sedraf, José Domingos Fraga Filho, destacou a importância do evento com a presença de pesquisadores e professores renomados no país que apresentaram exemplos bem sucedidos e soluções capazes de possibilitar a implantação e o desenvolvimento de atividades consideradas altamente poluidoras. "Atualmente estamos desperdiçando matéria-prima quando jogamos fora os dejetos de animais que hoje são considerados fonte de riqueza na geração de emprego, renda, preservação ambiental e na qualidade de vida dos produtores rurais", pontuou.

Vantagens
Uma propriedade rural sustentável que implanta um biodigestor – equipamento que produz biogás, uma mistura de gases produzida por bactérias que digerem matéria orgânica. Se instalado nas propriedades, pode transformar dejetos animais (esterco e urina) em combustível e energia elétrica. Além disso, os efluentes do biodigestor possuem propriedades fertilizantes. O líquido contém elementos químicos como nitrogênio, fósforo e potássio em grandes quantidades que podem ser utilizados na adubação de espécies vegetais através da fertirrigação.

O pesquisar da Embrapa de Concórdia, Santa Catarina, Airton Kunz, explicou que dependendo do tamanho do biodigestor pode levar entre 30 e 60 dias para ser construído e cerca de 30 dias para começar a operar, período de adaptação de todo o sistema.

Mato Grosso figura em quinto lugar no ranking nacional de rebanho de suíno e para evitar que os dejetos dos animais fiquem a mercê do meio ambiente, o diretor da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) e presidente da Cooper Mutum, Valdomir Natal Ottonelli, revelou que no município de Nova Mutum foram construídos, há seis anos, cerca de cinco biodigestores. A preocupação inicial era exclusivamente ambiental, mas depois com a geração da fonte de energia elétrica, a granja passou a utilizar a matéria-prima e o excedente é usado na biofertilização do eucalipto na cooperativa que é transformado em fonte de renda, através da madeira.

 

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