A queda dos preços de dois produtos com grande participação no mercado – Alimentação e Habitação – contribuiu para a redução no Índice do Custo de Vida da Classe Média (ICVM), elaborado em parceria pela Fecomercio e a Ordem dos Economistas do Brasil (OEB), com base no município de São Paulo. O indicador, que abrange o intervalo de renda entre 5 e 15 salários mínimos, registrou em abril variação de 0,28%, menor que a verificada no mês anterior (0,40%) e em abril de 2008 (0,46%). A variação acumulada nos últimos 12 meses recuou de 6,54% para 6,34%. No acumulado do primeiro quadrimestre deste ano, ficou em 1,50%.
Um dos grupos que puxou essa menor variação do índice foi alimentação, registrando em média redução de -0,25% em seus preços, ante a elevação de 1,05% em março deste ano e 11,09% no acumulado de 12 meses terminados em abril. Segundo Gílson de Lima Garófalo, vice-presidente da OEB e economista da Fecomercio, o subgrupo que modificou este comportamento foi "Alimentos in natura", que passou de 6,25% em março para -0,76% em abril.
“Importantes variações explicam esta queda, tais como laranja (-7,14%) e abacaxi (-14,32%), ocasionando redução de -2,86% no segmento das frutas”, afirma Garófalo. Os preços dos legumes cederam -3,07% devido à redução dos preços do tomate (-2,80%), da cenoura (-6,51%) e do chuchu (-9,27%). As verduras apontaram diminuição de preços de -2,26%, motivada pelas baixas da alface (-7,20%) e da escarola (-4,18%).
Por outro lado, os preços dos tubérculos subiram 8,16% e os dos ovos 5,25%. O subgrupo Semielaborados apresentou variação de -0,46%, com a queda de -4,04% dos cereais, -0,76% das carnes bovinas e a elevação de 4,71% do leite longa vida. Os itens do subgrupo Industrializados, na média, indicaram estabilidade de preços, regisrando uma variação de apenas 0,06%.
Os preços dos produtos do grupo Habitação também apontaram queda de -0,10% ante a alta 0,24% no mês anterior. Os itens que mais influenciaram para este resultado foram Equipamentos eletroeletrônicos (-1,66%), Aparelhos de imagem e som (-1,21%) e Equipamentos de informática e telefonia (-1,21%).
Os produtos e serviços do grupo Saúde tiveram elevação média dos preços de 1,51% em abril e 0,23% em março deste ano. Segundo Garófalo, este acréscimo relevante na taxa de variação foi provocado pelos subgrupos “Planos de saúde e Remédios” e “Produtos farmacêuticos” com 0,71% e 4,16%, respectivamente.
O índice médio dos itens pertencentes a Despesas Pessoais saltou de 0,60% para 1,36% em abril. Para Garófalo, a principal razão deste movimento foi a elevação de 13,41% nos preços dos cigarros contribuindo com 0,1176 pontos porcentuais no ICVM. Outros produtos que incrementaram a variação deste grupo foram: passagens rodoviária e aérea (0,99%), refrigerante (0,86%) e cabeleireiro feminino (0,76%).
Os preços das peças de Vestuário aumentaram 0,39% (0,60% no mês anterior), sustentados por roupa infantil (0,82%), relógio, jóia e bijuteria (0,69%) e calçados e acessórios de vestuário (0,53).
O setor de transportes fechou o mês de abril com alta de 0,26%. Segundo Garófalo, pressões opostas vieram dos carros usados (0,69%) e dos combustíveis, com recuo de -5,34% do etanol e -0,41% da gasolina. O seguro voluntário de veículo participou com 0,0638 pontos porcentuais no índice geral em virtude de sua significativa taxa mensal que foi de 4,54%.
Garófalo salienta que a variação nula no mês de abril para o grupo Educação reafirma a estabilidade deste setor nos últimos três meses. “Material escolar teve elevação de 0,59%, os livros didáticos baixa de -0,05% e os preços dos cursos de idiomas e de informática foram reduzidos, em média, em -0,20%”, conclui.