Após o período de vendas de fim de ano, o comércio se prepara para atender o público que sai às ruas nos dias de Carnaval. Em Cuiabá, o segmento ainda está tímido para a data, o que segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL), Paulo Gasparoto, é reflexo da retração da economia mundial, que aos poucos chega ao país. Ele explica que os consumidores não deixam de comprar produtos para a diversão popular, e até mesmo roupas e calçados, mas espera crescimento real de 2 a 3%.
"Diversos fatores como empregabilidade que voltou a cair no Estado, fez com que os consumidores diminuíssem o consumo". Gasparoto cita que em vários setores houve queda, além de várias obras paradas no Estado que influenciam no poder aquisitivo das pessoas. O comércio, porém, resiste à crise, inclusive ganhará com os 14% de aumento no salário mínimo, que conforme o presidente será aplicado pela maioria das pessoas em itens de consumo próprio, como alimentação e vestuário. Voltando ao carnaval, o segmento, considerado pequeno, espera um movimento maior na primeira semana de fevereiro.
Jane Lúcia Samuel, proprietária de uma pequena confecção de fantasias em Cuiabá, diz que os clientes procuram mais adereços, como máscaras e arranjos para a cabeça. Ela explica que sua loja é especializada em alugar fantasias, o que geralmente ocorre durante todo o ano, e atende principalmente festas de aniversários infantis. As fantasias mais procuradas são as das princesas dos contos de fadas e de personagens da Disney. "Na época de Carnaval o movimento aumenta, mas, como as roupas são alugadas, os clientes preferem comprar apenas adereços". Blocos carnavalescos de bairros e de cidades próximas também encomendam acessórios.
A gerente da Kotinha Aviamentos, Helena do Nascimento, espera um crescimento de 10% nas vendas em relação ao carnaval passado. A loja vende a matéria-prima utilizada em vários adereços, como plumas, paetês, tecidos com brilhos, entre outros, além de produtos já prontos, como chapéus. Para este carnaval, porém, a gerente é mais objetiva. "Estamos com o estoque enxuto. Temos apenas os materiais essenciais, básicos, até porque os consumidores estão mais cautelosos". Helena acredita que nessa época, as pessoas estão mais preocupa- das com outros gastos, como impostos e escola dos filhos, por isso, a cautela. "Os foliões começam mesmo a se preocupar com adereços e fantasias, nos dias que antecedem a festa".